O setor de eventos foi um dos que foi duramente afetado pela pandemia de coronavírus, por conta das medidas de distanciamento social e a necessidade de se evitar aglomerações. A crise atingiu em cheio trabalhadores do ramo em Cachoeiro de Itapemirim, que hoje estão dependendo da ajuda de familiares e amigos para alimentar suas famílias.
Muitos deles estão recebendo doação de cestas básicas e já não têm recursos para pagar nem mesmo as contas essenciais, como água e energia elétrica. A informação foi apresentada por empresários e trabalhadores do setor em reunião com o presidente da Câmara de Cachoeiro, Alexon Soares Cipriano (Republicanos), na última segunda-feira (11).
Os representantes da categoria solicitaram a Alexon uma solução para o setor, que até o momento não tem nenhuma perspectiva oficial sobre a data em que poderão retomar suas atividades. “Quem tem fome tem pressa”, afirmou Adão Queiroz, da Banda Forró Country.
Alexon, que já havia recebido alguns relatos de situações graves vividas por profissionais de eventos, disse que o poder público precisa debater ideias para o setor diretamente com a categoria. Para isso, comprometeu-se a articular uma reunião com o prefeito, para que trabalhadores, vereadores e Poder Executivo possam chegar a uma definição.
Novos contratos
Os empresários alegam que tanto o prefeito quanto o governador têm divulgado normas e prazos para a reabertura do comércio, bares, restaurantes e igrejas. No entanto, nada foi divulgado sobre o fim da proibição de realização de festas e eventos.
“Sabemos que a liberação total e imediata não será permitida, mas precisamos de uma definição, para que possamos voltar a fazer contratos”, afirma o empresário Alan Rios, Produtor de Audiovisual.
Ele lembra que, sendo firmados novos contratos, a antecipação de prestações pagas pelos clientes, prática comum no setor, iria permitir que muitas empresas pudessem remunerar funcionários e pagar dívidas.
Também empresário de audiovisual, o DJ Hugo Fiorio conta que uma comissão de empresários participou de reunião na prefeitura, em abril, sem a presença do prefeito Victor Coelho, e entregou uma carta pedindo providências para a categoria, que, segundo ele, reúne pelo menos 1.500 trabalhadores em Cachoeiro, de áreas como serviços de vídeo e fotografia, sonorização, bufê, segurança, garçons, cozinheiras, copeiras, arrumadeiras, decoradores, aluguel de roupa e espaço para eventos e cerimonial, entre outras.
Na correspondência, os trabalhadores e empresários afirmam que há meios de compatibilizar a realização de eventos corporativos e festivos de pequeno e médio porte, com controle sanitário e de aglomeração, assim como ocorreria nos cultos em igrejas, já liberados. E pedem uma reunião com o prefeito para “evitar mais desemprego, fome e miséria em nosso município”, diz o documento.