Dados preliminares de um estudo anunciados nesta terça-feira (16) por pesquisadores britânicos apontam que o corticóide dexametasona, um tipo de medicamento de baixo custo, pode ser a chave para o tratamento de doentes graves do novo coronavírus.

“Os resultados preliminares do estudo Recovery são muito claros – o remédio reduz o risco de morte em pacientes com complicações respiratórias graves. A Covid-19 é uma doença global – é fantástico que o primeiro tratamento que demonstradamente reduz a mortalidade esteja instantaneamente disponível em todo o mundo”, afirmou Martin Landray, professor de Medicina e Epidemiologia do Departamento de Saúde da População da Universidade de Oxford, um dos responsáveis pela pesquisa.

No estudo, 2.104 pacientes foram medicados e comparados a 4.321 que receberam os cuidados usuais. Os números mostraram que a redução de mortes foi de 35% para pacientes que precisavam de tratamento com respiradores e 20% para os que precisavam de oxigênio. Para pacientes mais leves não houve constatação de melhora.

“O benefício para sobrevivência é claro e alto em pacientes que estão doentes a ponto de terem que receber tratamento com oxigênio, então esse deve ser o padrão de cuidado nesses pacientes”, afirmou o pesquisador Peter Horby, outro líder do estudo.

O Ministério da Saúde do Reino Unido informou que irá incluir imediatamente o corticóide dexametasona no tratamento de doentes graves de Covid-19. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não se pronunciou. O estudo será publicado nos próximos dias.