Países, estados e municípios que relaxam cedo demais as medidas de restrição impostas para conter o novo coronavírus podem sofrer com novos casos de Covid-19. O alerta foi feito pela diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, Carissa Etienne, na última terça-feira (30), que também é diretora-geral da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

De acordo com Carissa, nos Estados Unidos, os estados de Washington e Nova York estão vendo números muito baixos de novos casos e mortes, mas 27 estados estão registrando crescimento exponencial. A região das Américas registrou 5,1 milhões de casos e mais de 247 mil mortes devido à Covid-19 até 29 de junho, segundo ela.

Segundo a diretora, o número de mortes em decorrência do novo coronavírus na América Latina pode chegar a 438 mil até outubro se as medidas preventivas não forem cumpridas pelos países da região.

De acordo com mapeamento divulgado pela agência de notícias Reuters, as mortes pela doença respiratória provocada pelo novo coronavírus na região estão no momento em quase 114 mil, cerca de um quinto do número global de óbitos.

Américas

As Américas são o epicentro mundial da pandemia de coronavírus atualmente, e a cifra da região como um todo pode quase triplicar e atingir 637 mil até o dia 1º de outubro, segundo Carissa, ponderando que projeções de modelos matemáticos não devem ser entendidas literalmente, mas somente como diretrizes de planejamento.

De acordo com as condições atuais, acredita-se que a pandemia atingirá o pico no Chile e na Colômbia em meados de julho, mas na Argentina, no Brasil, na Bolívia e no Peru só em agosto, e a Costa Rica só achatará sua curva de infecções em outubro.

“A complacência é nossa inimiga na luta contra a Covid-19”, disse ela, acrescentando: “A batalha é dura, mas está longe de estar perdida”.