Ao contrário do que muita gente imagina, o primeiro contágio pela dengue não garante a imunização permanente para todos os tipos da doença e os sintomas podem se agravar nas infecções subsequentes.
De acordo com o chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Roberto Laperriere Júnior, quando uma pessoa contrai a doença pela primeira vez, ela fica definitivamente imune àquele sorotipo. Ele explica também sobre a imunidade transitória.
“Quando a doença é contraída pela primeira vez, há uma imunização permanente para aquele determinado sorotipo. Já a imunidade transitória é aquela que permite ao indivíduo a imunidade a todos os sorotipos, no período entre quatro a seis meses”, afirma.
O profissional alerta que é preciso estar atento a possíveis novos contágios, uma vez que a cada nova contaminação o paciente está suscetível à doença de forma mais crítica, apresentando sinais de agravamento, como dores abdominais mais concentradas, náuseas, vômitos, sangramentos graves, plaquetopenia, extravasamento plasmático, hipotensão, choque hipovolêmico, podendo levar à morte.
Por que 4 sorotipos?
O vírus da dengue é um arbovírus da família Flaviviridae, possuindo quatro sorotipos diferentes: DENV-1; DENV-2; DENV-3 e DENV-4. Eles são diferenciados pela formação genética e molecular.
Roberto Laperriere Júnior informou ainda que o vírus passa pelas mutações para se adaptar ao ambiente e buscar hospedeiros.
“Com a criação de imunidade ao vírus por parte do organismo dos seres humanos, o vírus acaba passando por mutações para se manter viável o tempo inteiro no ambiente e continuar com os hospedeiros”, disse.
Como prevenir
Para evitar a proliferação do Aedes aegypti é necessário que cada cidadão se empenhe nesse processo, mantendo as calhas sempre limpas; as caixas d’água bem vedadas; verificando se não existe água acumulada nas lajes; escovando as bordas das vasilhas de água e comida de animais; descartando lixos, entulhos e pneus nos locais adequados, por exemplo.