Um acidente vascular cerebral (AVC) pode ocorrer com uma em cada quatro pessoas ao longo da vida, em qualquer hora e em qualquer lugar, mas 90% dos casos podem ser evitados com atitudes mais saudáveis, segundo a World Stroke Organization – WSO (Organização Mundial do AVC).
A campanha do Dia Mundial do AVC, lembrada nesta quinta-feira, 29 de outubro, aborda o tema “Exercício para redução do risco” como forma de prevenir a doença.
Segundo o médico neurologista e coordenador da Unidade de AVC do Hospital Estadual Central – Benício Tavares Pereira (HEC), José Antônio Fiorot Junior, fatores de risco como hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, obesidade e doenças cardíacas podem ser minimizados com a prática de atividades físicas.
“O foco da campanha é a prevenção primária, fazer com que as pessoas saiam da inércia o mais rápido possível”, disse.
A prática regular de exercícios físicos traz muitos benefícios para a saúde e contribui para a redução de riscos de AVC. Com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), restrições foram impostas na tentativa de evitar a proliferação do vírus, entre elas o fechamento de academias e a proibição de qualquer tipo de aglomeração, inclusive para a prática de atividade física em locais públicos.
“Diante desse cenário, a WSO percebeu que as pessoas ficaram mais sedentárias. Com o afrouxamento das medidas de isolamento e obedecendo a etiqueta respiratória, a ideia é mudar isso”, pontuou Fiorot.
Em 2019, a Secretaria da Saúde (Sesa) registrou 3.487 internações e procedimentos decorrentes de AVC; até agosto de 2020, são 2.508. Em relação a óbitos ocasionados por doença cerebrovascular, foram 575 até agosto de 2019 e 324 até agosto deste ano.
Para conscientizar sobre a importância da prevenção com a prática de exercícios físicos e também para alertar sobre o risco de AVC, a WSO, através da iniciativa #ConexãoAVC, traz uma programação totalmente virtual durante esta semana. Basta acessar o site www.conexaoavc.com.br e participar.
Risco grave nos mais jovens
Apesar de mais comum em idosos, pessoas com menos de 60 anos também podem ser surpreendidas pela doença. Fiorot explica que esses casos representam 20% dos AVCs, e as causas normalmente são genéticas, com doenças que aumentam as chances de formar trombos no corpo; traumas no pescoço que causam dissecção da artéria – ruptura do revestimento interno da artéria vertebral; ou quando a pessoa tem uma doença no coração e precisa colocar prótese antes dos 60 anos de idade.
“O AVC pode acontecer com qualquer um e a qualquer momento. Porém, os mecanismos acarretados nas idades são diferentes. Geralmente, o AVC pode ser mais grave no jovem – aquele com menos de 55 anos – porque não tem circulação colateral, ou seja, não há outra saída para o sangue circular. Quando idoso, o cérebro vai abrindo outros caminhos que conseguem irrigar, mas no jovem não. Caso haja entupimento de uma artéria de grande calibre, como no pescoço ou na artéria cerebral média, o AVC causará mais sequelas”, esclareceu Fiorot.