O Yoga surgiu há mais de 5 mil anos na Índia, os seus primeiros registros abordavam mantras, rituais e conceitos filosóficos encontrados nos Vedas, escrituras sagradas que fundamentam o hinduísmo.
Apesar disso, a palavra Yoga foi apenas mencionada pela primeira vez por Patanjali nos Yoga Sutras após anos; demonstrando sua definição e associando-o à meditação, dizendo que “yoga é a parada das agitações mentais”. Sua obra funciona como um compilado do que já existia, pois foi fruto de debates filosóficos e empíricos milenares.
Embora tenha nascido dentro de um sistema religioso e seja considerado um dos 6 “darshanas” (ponto de vista) do hinduísmo, ou seja, uma das formas de entendê-lo, pode ter ou não cunho religioso; isso depende de quem pratica ou, até mesmo, de quem transmite o conhecimento. Mas não, o Yoga não é uma religião.
O Yoga habita a esfera do – depende. Pense em um objeto multifuncional, suas inúmeras utilidades, seus benefícios. Perceba que o desfrute de seus mecanismos variam de pessoa para pessoa. A corrente de pensamento atua como uma lente que foca e define o que se deseja acolher, não apaga ou desfaz os cenários, as ferramentas, os benefícios disponíveis, e sua origem.
É inegável que esteja atrelado à espiritualidade, diferentemente da religiosidade, que possui dogmas, rituais, um órgão institucional, esta não possui “cercados”, os existentes são os que nós mesmo erguemos, e que com a prática podem ser transponíveis, derrubados, para se cultivar cada vez mais a importância do ser e não do ter.
As posturas, as respirações, as meditações, os estudos, a filosofia aplicada na vida de um Yogi, os estilos de práticas adotados exploram de diferentes formas as ferramentas ao seu serviço, podendo chegar das mais variadas maneiras e intensidades à auto-observação e à aproximação de seu verdadeiro – EU.
Assim, pode ser praticado por qualquer um, independentemente de credo ou crença, o que difere são as linhas existentes que buscam, geralmente, o mesmo objetivo primordial, que é a libertação do sofrimento.