Um incêndio destruiu uma área de mata no Parque Nacional do Caparaó. Um dos focos teve início na manhã desta sexta-feira (27), e só foi controlado pelas fortes chuvas que caíram na região por volta das 3h30 de sábado(28), informa o capitão Anderson Francisco, Comandante da 2a Cia do 3° Batalhão de Bombeiros Militar (BBM).
Apesar de todo o empenho da equipe, ressalta, que contou com o apoio de dois helicópteros, e de brigadistas do ICMBio e de outros voluntários que ajudaram no combate ao fogo, os locais eram de difícil acesso, o que dificultou o trabalho.
“A região é de relevo formado por vales profundos e estreitos, de encostas íngremes, e a altitude, de modo geral, atinge níveis em torno de 2.000 metros”, reforçou o capitão Francisco.
Mais dois pontos com chamas foram descobertos neste sábado, por volta das 14h. Um deles foi apagado pela equipe de terra e o outro contou com a ajuda do helicóptero, que usou o helibalde, informa.
Cristiano Faria Domingos, chefe do Esquadrão de Brigada do ICMBio, lamenta os novos focos de incêndio e garante que o trabalho recomeçou. “Esperamos que não seja tão grave quanto o de ontem”.
Para o diretor do Parque Nacional do Caparaó, Fábio Vellozo, há indícios de que o primeiro foco de fogo tenha sido criminoso e que o autor utilizou os aceiros –limpeza de terreno para evitar incêndio – para alcançar pontos de mata e dar início às chamas.
Fábio demonstrou o interesse em solicitar perícia para descobrir as causas do incidente.
“Os brigadistas nem tinham saído ainda do local, quando perceberam a fumaça e o fogo. O incendiário agiu dentro da área do Parque, e não fora, como sugerem alguns”, garante.
Fábio Vellozo informa que o primeiro incêndio começou na manhã desta sexta-feira (27) no distrito de Pequiá, em Iúna. Ele conta que solicitou ajuda ao Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar (Notaer/ES) para combater o fogo, em função da dificuldade de acesso aos locais.
Segundo ele, recebeu também suporte de brigadistas do ICMBio e de outro helicóptero cedido pelo governo de Minas Gerais. “Esse apoio foi importante porque a maioria dos focos de incêndio só podia ser observada do helicóptero. Tivemos locais com chamas muito altas, perigosas, e apenas em algumas poucas extremidades o acesso por terra era possível”, disse.
O capitão Pablo Angely, chefe da Seção de Comunicação do Notaer/ES, esclarece que durante todo o tempo o helicóptero transportou brigadistas, equipamentos e alimentos, e que não houve o uso de helibalde devido às dificuldades dos locais em que estavam ocorrendo os incêndios. “Demos todo o apoio aos que participaram do combate ao fogo”.
Em relação ao total da área devastada, Fábio Vellozo e Cristiano Faria afirmam que ainda não é possível precisar.
“Estamos na fase de rescaldo para evitar reignição e apenas quando esse trabalho estiver concluído poderemos estimar a área destruída e os animais que foram mortos”.
O capitão Anderson Francisco informa que três bombeiros militares e nove brigadistas do ICM Bio atingiram o topo neste sábado e desceram realizando o monitoramento da região queimada, sendo posteriormente retirados de campo por viaturas do próprias e do ICMBio. O trabalho continua nesse domingo (29), para acompanhamento dos riscos de reignição.
Localizado na Serra do Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, o Parque Nacional do Caparaó é um dos ícones do montanhismo no Brasil e abriga o terceiro ponto mais alto do País, o Pico da Bandeira, que tem 2.892 metros de altitude.