“Esse áudio que circula pelas redes sociais me fazendo ameaças e com calúnias sobre mim não é um atentado apenas à minha integridade física e moral. É um atentado à democracia e ao Estado Democrático de Direito. Já prestei queixa nas esferas cabíveis”.
As palavras são do vereador de Cachoeiro de Itapemirim, Diogo Pereira Lube após ter viralizado um áudio de uma mulher de Cachoeiro, que já foi identificada, mas que ele prefere não revelar o nome, convocando as pessoas para irem ao plenário da Câmara de Cachoeiro pressionar pela não aprovação de um projeto de sua autoria.
O projeto determina que só acessem as instalações do legislativo cachoeirense as pessoas que apresentarem os documentos comprobatórios de que estão com o calendário de vacinação contra a Covid-19 em dia.
O áudio tem um agravante. A mulher cita o vereador Juninho Correa como incentivador da “invasão” ao plenário da Câmara para pressionar pela rejeição do projeto.
“O Júnior Corrêa está chamando para ir lá na terça-feira na votação”, diz a mulher textualmente no seu áudio. Mais que isso, ela diz que “existe um pessoal do Zumbi que quer incendiar o carro do vereador e outros que querem virá-lo”.
Diogo Lube pontua que ela faz agressões verbais e outras acusações que ele classifica de levianas e discriminatórias, sugerindo que existem cidadãos de segunda categoria.
“Todas as pessoas merecem o meu respeito e serão tratadas igualmente por mim. Só não respeito quem atenta contra a democracia”.
Segundo ele, a mulher é tão equivocada, por desconhecimento ou má-fé, que diz que o objetivo do passaporte é impedir que os vereadores sejam vigiados.
O vereador enfatiza que ao contrário, defende que a Câmara é do povo e deve ser fiscalizada e acompanhada de perto por ele, mas com responsabilidade, especialmente em tempos de pandemia.
“É importante dizer a essa senhora que o projeto foi apresentado com o objetivo de salvar vidas e colaborar para que a Covid-19 acabe e a vida volte ao normal”.
Lube alerta que aqueles que irresponsavelmente recusam a vacinação fizeram uma escolha perigosa, mas não podem por a vida dos outros em risco.
A mulher diz também no áudio que Cachoeiro só vota em lixo e que pode contar na mão se tiver um que presta.
“Povo de Cachoeiro não sabe votar. Só vota em lixo. Se tiver nos dedos de uma mão para contar um que presta é muito”, ressalta a mulher.
Consultado, o vereador Juninho Corrêa assegura que não convocou ninguém, apenas reafirmou à mulher que quem estivesse descontente que fosse a câmara manifestar seu desagrado.
O projeto ainda está tramitando pelas comissões permanentes da Casa e, a princípio, não será votado na sessão desta terça-feira (23), informa o vereador Diogo Lube.