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Foto de 2005

As Pastorinhas, manifestação cultural de Mimoso, completa 107 anos

redacao
Redação Dia a Dia

Santo Antônio do Muqui, em Mimoso do Sul, é a única comunidade do Espírito Santo em que a manifestação cultural As Pastorinhas, uma representação teatral ao ar livre, em louvor ao nascimento do menino Jesus, é apresentada no dia 24 de dezembro, véspera de Natal.

Cabe aos filhos e netos dos pioneiros manterem viva a tradição centenária que anteriormente era passada verbalmente, até que o poeta Alci Santos Vivas Amado escreveu um livro detalhando essa manifestação cultural.

O poeta Arssípio Calegário, em sua poesia “O Natal”, conta com detalhes a história do nascimento do Folclore das Pastorinhas. Ambos são filhos de Santo Antônio do Muqui.

Sabe-se que em Conceição da Barra, no norte do Estado, existe uma manifestação com o mesmo nome, mas as 12 pastorinhas cantam e dançam ao som de músicas acompanhadas de saxofones e violões. As Pastorinhas de Mimoso do Sul não fazem uso de instrumentos musicais.

Em Santo Antônio são nove personagens baseadas no cotidiano da localidade no ano de 1914, quando a manifestação cultural foi apresentada pela primeira vez durante o recebimento do primeiro sino para a capelinha de Santo Antônio, portanto há 107 anos.

A representação de Santo Antônio de Muqui tem cerca de 30 componentes, todos da comunidade e não há artistas profissionais contratados.

 

Na linha de frente

Sônia Maria Amado Vivas, 72 anos, foi Mestra das Pastorinhas durante muitos anos. Segundo ela, a mãe conta que em 1923 já participava da manifestação cultural.

A Mestra diz que desde a década de 1930 a festa, com escolha de canções, indumentária e dramatização,  foi organizada por sua família, numa tradição que dura mais de 90 anos.

1º presépio vivo, apresentado em 1969. Alcidete Amado Vivas (de branco e preto), que hoje tem 60 anos, participou da encenação. Os anjinhos também são da Família Amado Vivas.

 

 Edson Saluci, o Edinho, membro da Associação de Folclore de Santo Antônio do Muqui e coordenador comunitário da igreja católica, diz que ajuda a organizar a manifestação centenária há uns 15 anos. Em 2020 a pandemia impediu a realização do evento.

Mas conta de sua preocupação com a falta de engajamento dos jovens. “Hoje temos mais dificuldade na organização porque os jovens não gostam muito de abraçar essa manifestação cultural. Mas apesar disso estamos mantendo esse grupo vivo, graças a Deus”.

Segundo ele, encenar As Pastorinhas significa muito para todos os moradores da comunidade. “Ela nasceu aqui e as pessoas mais antigas e as que estão aqui há mais de 40 anos sabem cantar todas as músicas”, relata.

Edinho lembra que a tradição veio passando de pai para filho e que sua família, como tantas outras, é pioneira, e sempre participou das Pastorinhas, e participa até hoje

“Realmente é uma pena que os jovens não aderiram. Entram nas modernidades e a gente perde. No fundo é realmente uma relíquia, é muito importante para a comunidade”.

Segundo o coordenador comunitário e m, quando tem apresentação todo mundo recorda, lembra dos antepassados. “A gente fica muito orgulhoso de manter viva uma cultura tão forte e que nasceu aqui”, enfatiza.

 

SAIBA MAIS

As Pastorinhas de Santo Antônio do Muqui tem nove personagens:

– o Anjo da Guarda, personagem principal;

– o Sino de Natal, motivo justo daquela inauguração;

– o Riso Ideal, em alusão a uma planta chamada risópolis, que brotava numa plantação de arroz que existia próxima da igreja;

– a Jardineira, por ser moradora do povoado uma senhora, dona de um lindo jardim;

– a Borboleta, que voava em meio a rosas e trepadeiras desse mesmo jardim;

– a Flor de Amor, representando uma moça chamada Florisbela que, segundo a tradição local, foi muito infeliz no amor;

– o Pica-Pau, por existirem muitos pássaros na região;

– a Cigana, remetendo aos ciganos acampados nos arredores de Santo Antônio;

– Papai Noel, personagem recorrente em festejos natalinos.

– As personagens se alinham com as Pastorinhas, as quais, por sua vez, não têm um número fixo;

– As Pastorinhas formam duas filas. Em uma delasm usam Cordão Azul,  na outra o Cordão Vermelho;

– As Pastorinhas se apresentam descalças e vestem calça e blusa branca, faixa na cintura e chapéu com fita na cabeça, nas cores vermelha e azul;

– A cor azul exprime o desapego dos valores terrenos, a transcedência e imortalidade;

– A cor vermelha evoca o princípio da vida e a imortalidade. Todos os integrantes, ora de pé, ora de joelhos, cantam, gesticulam e batem palmas;

– Desde a década de 1930 a festa, em toda a riqueza de detalhes – canções, indumentária e dramatização – foi organizada pela família Amado Vivas e obedece a um ritual que se vem cumprindo há mais de 90 anos;

– As letras atuais, versos e rimas das canções que enfatizam o patrimônio natural da região, tiveram embasamento nas poesias escritas por volta de 1930 por D. Honorina Lopes Barbosa, conhecida como Dona Tota Lopes.

 

Fonte: “Entre a História e a Memória”, de José Luiz Barros.

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