Uma moradora de Rio Novo do Sul, de 58 anos, que foi acolhendo gatos que eram abandonados na sua porta, está passando por um sério problema, que hoje já se transformou em uma questão de saúde pública.
Ela não terá o nome revelado, mas precisa de ajuda para dar destino que garanta a sobrevivência dos 70 gatos que tem em casa. Três gatas estão prestes a criar e tem muitas fêmeas entre os animais, o que vai aumentar ainda mais esse número em pouco tempo.
A mulher conta que começou acolhendo um gato, e outros foram chegando, sempre deixados por alguém em sua porta. Ela não tinha coragem de deixá-los na rua passando fome e correndo o risco de maus tratos.
Segundo ela, com a reprodução rápida, os problemas, e as despesas, pioraram partir do momento que ela já não conseguia mais tratar dos animais como gostaria.
“No momento estou conseguindo alimentar, mas daqui a alguns dias vai ser difícil. Eles nunca passaram fome, mas está ficando impossível”.
Quando fala da situação, a mulher chora e diz que não sabe mais o que fazer, já que gostaria de ver o problema resolvido sem que os gatos fossem maltratados ou abandonados.
O problema é tão sério que os vizinhos e amigos mais próximos já fizeram muitos esforços para ver se os gatos são adotados por outras pessoas, mas não tiveram sucesso.
Uma delas conta inclusive que já procurou a Vigilância Sanitária do município, que orientou que a dona dos animais parasse de alimentar os gatos, para que se espalhassem para outros locais em busca de alimentos, mas ela não teve coragem de fazer isso.
O problema se agravou, já que a dona dos gatos, que é viúva, passa o dia na casa do pai, que também é viúvo, e quando volta para casa, os animais estão agressivos a qualquer tentativa de aproximação.
“Ela está depressiva e estamos muito preocupados com o agravamento desse quadro de depressão. Uma pessoa que tem tanto amor por animais não pode ser punida dessa forma e é necessário que quem pode nos ajude a resolver esse problema”, apela uma amiga que preferiu não se identificar.
A amiga conta chorando que dói ver a dona dos gatos sofrendo, quando apenas acolheu animais que foram abandonados em sua porta, assumindo gastos que hoje não é mais capaz de suportar.
“Ela gasta 10 litros de cloro por dia para tentar manter o local higienizado. Imagina quanto é necessário para alimentar 70 gatos, quem podem chegar em poucos meses a 140”, enfatiza a amiga.
A proprietária dos animais diz que além do cloro, usa desinfetante, álcool, bicarbonato e vinagre para higienizar os ambientes.
Segundo essa amiga, penalizada com a situação, desde abril de 2021 está nessa saga em busca de ajuda em igrejas, Prefeitura, junto às autoridades do município, ongs protetoras de animais, mas que não encontrou a solução, e por isso resolveu apelar à imprensa, para ver se consegue resolver definitivamente o problema, que inclusive incomoda os vizinhos.
Tanto a dona quanto a amiga fazem questão de deixar claro que não querem que os animais sejam maltratados nem mortos, mas que precisam que sejam acolhidos e bem tratados.
“Por favor nos ajudem. Não quero ver minha amiga mais doente do que já está. Fui até onde podia ir. Mas hoje o meu braço não alcança mais”, apela.
Djalma Lemos, morador da.comunidade de Quarteirão, diz que o problema existe, é sério e infelizmente o município e seus agentes desdenharam do problema, que hoje, realmente , atingiu as raias da saúde pública e de até segurança pessoal da milher.
“Vamos achar a solução. Se os órgãos municipais são omissos, a sociedade vai se mobilizar”.
Djalma diz que a última fronteira e a imprensa. “É triste ver essas situações e não poder resolver”.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que o local foi vistoriado pela vigilância sanitária e a Prefeitura está buscando uma solução, em parceria com as demais secretarias, para resolver ou ao menos amenizar a situação.