Um gato de dois anos precisou passar por uma cirurgia de mudança de sexo para poder sobreviver, de acordo com o médico veterinário Eduardo Montezano, de 40 anos, que realizou o procedimento.
O motivo da remoção do pênis do animal, que aconteceu em uma clinica em Guarapari, foram cálculos renais que bloqueavam a passagem da urina pela uretra.
“Quanto à parte da redesignação sexual, para o animal não fará diferença alguma. Se ele não for castrado, ele é castrado durante essa cirurgia. É um procedimento funcional e é feito para restabelecer a saúde do bichinho”, afirmou Eduardo.
O médico veterinário explicou que esse tipo de doença é muito comum dos felinos machos e que infelizmente os gatos machos sofrem muito de problemas urinários.
Não só com as cistites, que são as inflamações, mas também com o bloqueio de urina mesmo em virtude do estreitamento da uretra, os plags, que são tampões uretrais, e cristais que se acumulam ali, no canal urinário.
“Enfim, é muito comum a gente fazer uma manobra para desobstrução, mas quando o gato tem mais de uma crise, a gente faz a penectomia, que é o nome correto desta cirurgia”, complementa o médico veterinário.
A médica veterinária Bárbara Castelari, 23 anos, acompanhou Montezano nos atendimentos e procedimentos feitos no “Bolota”, o gato operado.
Segundo ela, o animal já tinha sido sondado para desobstruir a uretra e nesse tipo de cirurgia o pós-operatório é muito importante.
Bárbara destaca que já tinham feito a desobstrução nele e a cirurgia foi necessária, mais tarde ele iria sofrer com os mesmos problemas.
“Os cuidados no repouso fazem toda a diferença. Indico sempre a limpeza dos pontos três vezes por dia e o uso de pomadas cicatrizantes e antibióticos. E não deixar o animal em lugares sujos e com moscas, pode dar “bicheira” no local da cirurgia”, afirmou ela.
A aposentada Celita da Silva Lima, de 66 anos, dona do gato, disse sentiu medo de perdê-lo porque nunca tinha ouvido falar em cirurgia de redesignação sexual em animais, mas confiou nos profissionais.
“Nunca soube disso em gatos. Mas confiei em Deus e neles, nos médicos veterinários. A cirurgia foi um sucesso e hoje ele, o nosso Bolota, está bem melhor e saudável. Está urinando muito, branquinho. Graças a Deus foi um sucesso”, finalizou.
SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA
Além dos gatos machos, as doenças renais, como o cálculo renal, são muito comuns também em cães e podem passar despercebidas pelos donos, segundo o médico veterinário Silas Vieira Júnior, de 28 anos.
“O cálculo renal é formado pelo acúmulo de minerais no trato urinário dos pets. Apesar de serem chamados de pedra nos rins, os cálculos podem estar localizados em qualquer lugar do sistema urinário do animal”, disse ele, que atende em uma clínica em Alfredo Chaves, Sul do Estado.
Inicialmente, de acordo com Silas, o acúmulo de minerais vai formando pequenos cristais na urina do animal. Com o passar do tempo, esses cristais passam a se juntar e formar massas mais sólidas, chamadas litíase.
O médico veterinário disse também que prevenção é feita com uma dieta apropriada e balanceada, de preferência com rações super premium. Além disso, se necessário, uma dieta especial será feita para seu pet.
“Deixar o pote de água do peludo sempre disponível e com água limpa é fundamental. Acostume seu amigo de quatro patas a urinar em um local específico dentro de casa e mantenha o local sempre limpo, para evitar que eles segurem o xixi”.
De acordo com o profissional, alguns sinais de que seu pet pode estar com cálculo renal são:
– Urinar fora do local habitual;
– Alteração da cor da urina;
– Gemer enquanto faz xixi;
– Aumento da freqüência urinária;
– Sangue na urina;
– Gato lambe sua genitália;
– Perda do apetite;
