Era noite de lua cheia sobre os pântanos da Louisiana. As estrelas brilham e suas luzes piscam acima das imponentes árvores e ciprestes. Sapos coaxam, cobras rastejam em busca de uma presa, crocodilos a espreita. Porém ao longe um caçador desavisado ouve um uivo… Um uivo de lobo? Ele se pergunta. Mas algo está errado, na Louisiana não existem lobos, e de repente, ele avista, uma criatura de pé sobre duas pernas em cima de uma árvore caída e coberta de musgo, uma fera grande e rosnando, com dentes afiados como uma faca, e olhos sedentos de sangue e esse monstro infernal joga a cabeça para trás, e solta um novo uivo, de gelar o sangue.
O caçador foge desesperado, o tiro foi ineficaz para deter o monstro, e em sua fuga ele se apega ao seu terço para que não sucumba diante de seu predador sobrenatural, porém meus caros leitores isso não é um lobisomem, é um Rougarou.
Rougarou
Embora faça parte do folclore norte americano, a sua origem vem da França medieval, na época das armaduras, espadas, peste e caça as bruxas. E foi nesse contexto que animais fantásticos chamados “loup-garous”, que significa lobisomens em francês, surgiram e como todas as lendas em pouco tempo se tornaram infames em todo o país.
No século 16, os aldeões para escapar de um castigo por cometer um erro ou ate mesmo por roubar um senhor feudal, costumavam culpar o loup-garous.
Sua casa foi saqueada durante a noite? Loup-garous. Uma criança desapareceu da aldeia sem deixar rastro? Loup-garous. A produção de grãos foi saqueada? Definitivamente um Loup-garou.
E claro em uma época onde a caça ao demônio estava em alta, os aldeões capturavam pessoas que acreditavam ser bruxas e até mesmo um loup-garou e assim realizavam um julgamento público. E também existem relatos que o Loup-garou eram usados para amedrontar crianças desobedientes.
O Mito nos EUA
Essa lenda chegou nos EUA, quando muitos franceses migraram para o Canadá e para sul dos Estados Unidos, em especial nos pântanos da Louisiana, onde pelo fenômeno da transliteração, a palavra Loup-garou se converteu em Rougarou, e foi nessa região que o mito verdadeiramente se instalou. E ganhou mais força entre os índios norte americanos.
A lenda norte americana diz que a besta gosta de perseguir católicos que não seguem as regras da quaresma, e que um homem se transforma em Rougarou se for amaldiçoado por uma sacerdotisa Voodoo, uma religião muito comum e de um grandes números de adeptos na Louisiana. O Rougarou se alimenta de carne e sangue humano e possui forma de um lobo humanoide, e as únicas formas de matá-lo seria por decapitação ou por fogo, ao contrário dos lobisomens comuns que morrem com balas de prata. E como seus primos sobrenaturais eles só se transformam à noite.
Embora uma lenda, ainda existem até hoje avistamentos do Rougarou, o que gerou inúmeros programas de documentários, sobretudo do Discovery Chanel e sua fama lhe rendeu um festival anual na cidade de Houma e uma estátua na praça para celebrar a sua glória pantanosa.
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