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A língua tem dessas coisas

olivia-15-08-2023
Olivia Batista de Avelar

Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa. Mas a verdade é que toda língua é viva e incontrolável, simplifica-se na fala cotidiana, rolando na boca do povo, dando nó em pingo d’água e nas gramáticas que se contorcem pra tentar dar conta do recado. Nunca deram. Seguem tentando.

Recentemente, num desses tocadores modernos que se proliferam e nos deixam exaustas com tantas opções, ouvi uma entrevista com renomado jornalista que, ao se referir ao famoso e famigerado “toma lá, dá cá” entre congresso e executivo, usou a expressão latina quid pro quo, popularizada pelos falantes do português brasileiro como quiproquó. Nosso latim em pó, sempre se renovando e fazendo florescer nossas raízes linguísticas.

Deu-se que a entrevista perdeu o rumo da política e enveredou pelos rastros deixados pela língua. Um deleite. Um fascínio etimológico da mais fina categoria.

Combinado ou não, fato é que as dúvidas do podcaster estenderam o assunto, deixando o programa mais interessante, vibrante, tentador. Sábia decisão: escantearem o centrão e avançarem, campo aberto, pela beleza que brota do povo. Caetano sabe das coisas: minha pátria é minha língua.

A título de almanaque de curiosidades: usamos quid pro quo para indicar uma troca de favores ou compensação. Falamos quiproquó quando a treta está armada, quando dá confusão, quando a bagunça é geral. Enfim, quando se instaura o caos. Ambas as expressões tem origem comum, mas, como sempre acontece, a língua segue por seus tortuosos caminhos e, em algum momento da história, os falantes tomaram posse da expressão e deram-lhe nova pronúncia, alargando também seu significado.

Não terminei de ouvir a entrevista. Dei-me por satisfeita ao ser surpreendida com o quiproquó no meio do quid pro quo de Brasília. Afinal, seja no latim original ou no bem falado português do Brasil, tanto uma, quanto a outra dão conta de expressar o que acontece por lá. São diferentes? Sim. Em certos casos, como o de Brasília, são iguais? Também. Apreciemos a flor do Lácio, em todos os seus malabarismos – a língua tem dessas coisas.

Olivia Batista de Avelar. Escritora membro da Academia Cachoeirense de Letras

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