Sempre fui apaixonada por contos de fadas. Confesso que entre todas as histórias a que mais me fascina é o conto do Chapeuzinho Vermelho. O motivo? Talvez seja por ser algo que se aproxime mais da realidade, sobretudo da realidade brasileira, conforme narrarei abaixo.
Era uma vez uma bela menina chamada Kelly. Dona de lindos olhos cor de mel, fartos cabelos que lembravam o chocolate ao leite e que viviam presos em duas tranças com fitas amarelas que pendiam ao longo de suas costas. Sorridente, com covinhas e sardas que ligavam suas bochechas rosadas. Como toda boa menina, adorava estar na moda e para onde ia lá estava ela com seu all star amarelo.
Naquela tarde em particular, dona Jacinta, mãe de Kelly, pediu para a filha dar uma corrida na farmácia que não ficava muito longe dali. Dona Jacinta, apesar de ser uma mulher forte, andava doente e até o menor esforço a deixava muito cansada. Segundo o médico, seu coração andava pregando algumas peças. Lá foi Kelly, toda faceira com suas tranças e all star amarelo, toda cantarolante, pois com o troco poderia comprar um sorvete.
Tudo transcorreu bem no caminho de ida. Mas quando voltava começou uma forte chuva, daquelas que parece que o céu vai cair. Amedrontada e com sua casquinha na mão, encontrou abrigo na cobertura de uma loja. Enquanto esperava, um carro buzinou, mas ela como boa menina que era não deu confiança. Sua mãe a ensinara a jamais conversar ou aceitar qualquer coisa de estranhos. Mas algo inusitado aconteceu. O homem do carro gritou por seu nome e logo ela o reconheceu. Era Gustavo, um senhor de meia idade que morava a três casas da sua e que, volta e meia, fazia alguns consertos em sua casa. Logo pensou…ele não é um estranho.
Sem pestanejar, aceitou a carona, pois tio Gustavo era amigo da família. A menina de tênis amarelo entrou no carro e não imaginava que por trás do sorriso gentil estava escondido um perigoso predador. Não demorou muito para ele mostrar suas garras. A menina de tranças e all star amarelo não conseguiu fugir e lágrimas percorriam suas sardas enquanto o homem mau a machucava. Em seu último suspiro só pensava no remédio que sua mãe não receberia enquanto olhava a face de seu algoz.
Dona Jacinta, desesperada com a demora da filha, espalhou cartazes e recebeu ajuda dos vizinhos da comunidade. Gustavo, vizinho solícito e gentil, a levou à delegacia e ajudou nas buscas com afinco. Afinal de contas é isso que fazem os bons vizinhos e também àqueles que são predadores e que precisam construir uma máscara social.
O corpo de Kelly foi encontrado dias depois em um terreno baldio. Seu tênis amarelo agora estava manchado de vermelho e o sorriso e as covinhas não existiam mais. Seu assassino nunca foi encontrado, pois, diferente dos contos de fadas, a realidade, muitas vezes, não encontra seu final feliz.
Enquanto os caçadores não conseguem encontrar os “lobos”, precisamos ensinar nossas meninas que, quase sempre, o perigo está ali, por detrás de um sorriso amigo, do carinho de um “tio” ou das balas de um conhecido da vizinhança. Só estaremos seguras quando compreendermos isso: que os lobos não aparecem mostrando seus dentes ou garras; eles surgem vestidos de lindos e inofensivos cordeirinhos.
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