O líder do grupo que ocupa desde o último domingo uma área de preservação permanente (APP) em Mimoso do Sul garantiu que as cerca de 160 famílias lá acampadas não sairão do terreno.
“A terra é nossa. Já entramos para ficar. Muitas famílias já estão com fogão e botijão e cozinhando na área”, disse na manhã desta sexta-feira (16) Rosalvo Ferreira dos Santos, de 52 anos, um ex-motorista que afirma ter mais de 22 anos de atuação do Movimento Sem Terra (MST), mas que essa ocupação não tem ligação com o movimento.
“Estou partindo para os ‘sem teto agora”, afirmou. A prefeitura local entrou com ação na Justiça pedindo a retomada da área.
Segundo Rosalvo, as terras foram doadas em 2000 pelo então prefeito, Ronan Rangel. “Ele deu o documento para 95 famílias. Só que o pessoal não tinha visão. Não ocupou. Como sou uma pessoa que tem visão, que vê que aquilo ali é para fazer assentamento, entrei com a ideia com o pessoal. Não fomos para destruir a natureza, mas para nos sentirmos felizes. Estamos preservando tudo. Estamos preservando o açude e tudo que tem”, afirmou.
Ele disse, ainda, que o grupo que está acampado é formado por “pessoas humildes e que sofrem com o aluguel”, sem condições de pagar por essa despesa. “Eu sou do MST, só que [Jair] Bolsonaro [presidente da República] falou que não pode mais ocupação de sem-terra. Então quero continuar o trabalho. Já que o ex-prefeito Ronan Rangel deu essa área, estou partindo para o Movimento Sem Teto. Eu entendo da lei. Eu entendo dos benefícios”, acrescentou.
O líder da ocupação falou também que pretende derrubar a liminar que reintegra a área à prefeitura. “Já entramos na Justiça.”
PREFEITURA
Os ocupantes, instalados em tendas, estão em uma das áreas de um terreno total de oito alqueires e meio onde estão construídos um galpão para reciclagem de materiais e o parque de exposição. O prefeito do município, Ângelo Guarçoni Júnior, informou no fim da manhã da última segunda-feira (12), ao site Dia a Dia ES, que estava tomando as medidas cabíveis contra a invasão.
“Estamos reunindo todos os materiais para dar base à nossa ação, com juntada de provas, demonstrando ser aquela uma área de preservação permanente. Agiremos o mais rápido possível”, disse ele, que classificou a “invasão como um ato de má-fé”.
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