Segundo o governador Renato Casagrande, o Mulher Segura ES consiste na integração de ações já desenvolvidas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (Sesp), Polícia Civil e Polícia Militar, objetivando dar maior eficiência ao enfrentamento da violência em ambiente familiar e de gênero contra a mulher no Estado.
A nova tecnologia vem se aliar aos projetos “Patrulha Maria da Penha”, da Polícia Militar; “Homem que é Homem”, da Polícia Civil; e “App SOS Marias”, da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Com isso, será formada uma rede de proteção à vítima, que também poderá contar com assistência social e qualificação profissional.
Em sua fala, o governador Casagrande destacou o uso da tecnologia na redução da violência, mas que é necessário também uma abordagem social neste enfrentamento.
Segundo o governador, este é mais um instrumento de combate à violência com o uso da tecnologia. “Contudo, precisamos trabalhar também a cultura e a educação, pois temos homens ainda que, infelizmente, a gente não consegue fazer que entendam que as mulheres não são sua propriedade. A mulher merece respeito!”, pontuou.
Casagrande destaca ainda que a proteção começa dentro de casa, nas famílias, na escola, nas igrejas, e que há um trabalho nas escolas com a Lei Maria da Penha, que é uma matéria transversal dentro de sala de aula.
Lembra também outra iniciativa importante, que é o programa Homem que é Homem, que desenvolve um trabalho de reeducação, orientação e reinserção social de agressores de mulheres.
“Para que isso não volte a ocorrer. Mais do que nunca é fundamental que tenhamos uma família organizada e possamos transmitir essa cultura.”
Tornozeleira eletrônica
Após ser instalada no corpo do homem que cometeu violência doméstica e é identificado pela Justiça como potencial ameaça à companheira, a solução vai funcionar como localizador do agressor.
A vítima vai receber um smartphone, que identifica se o potencial feminicida se aproxima, dentro de uma zona de distância determinada pela Justiça na medida protetiva.
Caso o agressor rompa o perímetro de segurança, os protocolos são acionados automaticamente. A tornozeleira eletrônica, primeiramente, emite alertas, informando que ele está ingressando em área proibida.
Caso não haja recuo por parte do homem, o 190 é acionado pela sala de monitoramento. O telefone também emite alertas sonoros e mostra a localização do monitorado, permitindo que a vítima se abrigue em zona segura, até a chegada da Polícia Militar.
A metodologia adotada garante celeridade na tomada de providências, assegurando uma maior proteção à vida e a integridade física de mulheres que se encontram em situação de extremo risco, de acordo com determinação judicial.
SAIBA MAIS
O que diz o secretário de Segurança Pública Alexandre Ramalho
O Espírito Santo ainda possui uma cultura de machismo que deveria ser extinta. Mas enquanto se busca essa conscientização, o poder público tem o dever de apresentar alternativas para proteção e prevenção de um crime tão bárbaro, que é o feminicídio.
Ano passado tivemos estatísticas ruins e já estávamos buscando meios de evitar a perda dessas vidas. Com esse conjunto de ações e o monitoramento por tornozeleira, esperamos conseguir melhorar essa situação revoltante.
Temos como preceito, dentro do programa Estado Presente, a preservação de vidas e agora lançamos mais uma medida para tentar reduzir ainda mais o número de assassinatos em território capixaba”, afirmou Ramalho.
O que diz a delegada Cláudia Dematté, chefe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
Hoje para nós é um período de reflexão e de muito trabalho. Nós sabemos que muito está se avançando no enfrentamento da violência contra a mulher e ainda temos muito que avançar.
Infelizmente essa violência doméstica familiar contra a mulher, é uma violência cultural, fruto de um machismo estruturado e da cultura patriarcal.
Então, enquanto uma mulher da sociedade for vítima de violência, a nossa Divisão junto com as Delegacias Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) estará agindo com todo rigor no enfrentamento desse tipo de crime que é inadmissível na sociedade.