Em um período de pouco mais de 30 dias, o Corpo de Bombeiros já registrou no Espírito Santo 33 mortes por afogamento. Deste total, cinco óbitos ocorreram no mar e o restante em água doce, como piscinas, lagos, cachoeiras, rios e represas.
O último caso ocorreu nesta terça-feira (22), levando à óbito os irmãos Mirairdes Gomes de Oliveira, 51 e Altamir Gomes de Oliveira, 43, que passavam férias em Marataízes, onde ocorreu o afogamento.
No domingo (20), outro incidente tirou a vida de Marcos Vinicius de Souza Lima, que tomava banho num local conhecido como Ponte do Ramiro, na Cachoeira da Fumaça, entre Ibitirama e Alegre.
Mais um afogamento no Sul do estado ocorreu no dia 12. A estudante Awylla da Costa Fernandes, de 9 anos, morreu afogada enquanto tomava banho acompanhada da tia em um clube no distrito de Santo Antônio de Muqui, em Mimoso do Sul.
Os dados dos bombeiros são referentes ao período do dia 15 de dezembro até esta terça-feira (22). “É praticamente um caso de afogamento por dia”, alertou o aspirante Wissam Peçanha Moussa Chalhoub, oficial de operações da 2ª Companhia do 3º Batalhão dos Bombeiros.
Ele alerta que o afogamento é a primeira causa de morte acidental com crianças de um a quatro anos e a segunda na faixa etária de zero a 14 anos.
De acordo com o oficial, dados estatísticos apontam que, no País, a maior ocorrência de óbitos por afogamento ocorre com pessoas entre 20 e 29 anos e que mais de 65% das mortes por afogamento acontecem em água doce.
Em áreas de corredeiras o risco é muito elevado, explicou Peçanha, em função do solo rochoso, liso e escorregadio. Ele destacou ainda que o terreno irregular e a imprevisibilidade das características do fundo de rios, lagos e represas aumentam ainda mais o perigo.
CUIDADOS
A orientação dos bombeiros é que nestes locais o banhista entre na água até o limite do umbigo.
O coordenador da Defesa Civil de Cachoeiro de Itapemirim, Francisco Inácio Daroz, desaconselha banhos inclusive no Itapemirim, mesmo diante do forte calor que atrai aventureiros para se refrescarem nos vários pontos ao longo do rio.
Isto porque, apesar da aparente mansidão das águas, existem áreas de sucção e pedras que provocam risco elevado de afogamento.
“Com a chegada do calor, muita gente procura se refrescar em córregos e cachoeiras. Mas é uma diversão perigosa. Em casos de afogamento o Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo telefone 193”, alerta Daroz.
A Defesa Civil orienta que mesmo em piscinas e poços naturais, além das cachoeiras, é necessário se informar sobre o local e escolher os que tenham salva-vidas.
O uso de boias, evitar águas profundas e correntezas e não exagerar na ingestão de bebidas alcoólicas são as principais dicas.