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Cometa no céu de Cachoeiro. Foto: Vinicius Figueiró

Amigos de Cachoeiro se reúnem para caçar e fotografar o cometa do século

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Alessandro Araujo de Paula

Um grupo de amigos de Cachoeiro de Itapemirim, liderados pelo fotógrafo e cinegrafista Ronaldo Santos, 46, se uniu para testemunhar um dos eventos astronômicos mais raros de suas vidas: o avistamento do cometa C/2023 A3, também chamado de Tsuchinshan-ATLAS.

O cometa, que só voltará a passar próximo à Terra daqui a 80 mil anos, tem sido apelidado de “cometa do século” e está proporcionando uma experiência única para observadores em todo o mundo.

Alessandro, Flávio, Ronaldo e Vinícius. Foto: Ronaldo Santos

Ronaldo, o motoboy e fotógrafo de eventos Vinicius Figueiró, 31, o contador Flávio Vanini, 47, e o jornalista Alessandro de Paula, 50, todos entusiastas da astronomia, planejaram cuidadosamente suas observações, aproveitando as madrugadas ainda escuras para capturar o cometa em todo seu esplendor.

Ronaldo já tinha feito seu primeiro registro sozinho, na terça-feira (1), às 4h40 da manhã, no alto do Pirote, em Cachoeiro.

“Ele desaparece rápido com a chegada da luz do sol”, relatou, explicando que a observação exige paciência e planejamento.

Na madrugada desta quarta-feira (2), por volta de 3h30, ele voltou ao local, desta vez acompanhado de três amigos, para garantir que ninguém perdesse o fenômeno. “É algo que não veremos de novo em nossas vidas. Não podíamos perder a chance”, disse Ronaldo.

Para Vinicius, a experiência foi nada menos que um sonho realizado. “Sempre quis ver um cometa, desde que ouvi falar do cometa Halley. Capturar essa imagem foi surreal”, comentou.

Flávio, por sua vez, destacou a grandiosidade do evento: “Acompanhar estrelas e satélites já faz parte do meu hábito, mas ver um cometa é algo diferente. Ainda mais um que está sendo chamado de ‘cometa do século’.”

Cometa pode ser observado a olho nu, mas por pouco tempo

Foto: Ronaldo Santos

Descoberto em janeiro de 2023, o cometa C/2023 A3 foi identificado por dois observatórios: o Observatório Tsuchinshan, na China, e o projeto ATLAS, no Havaí.

Ele despertou a atenção de astrônomos e entusiastas ao redor do mundo por seu brilho incomum e trajetória rara.

Embora o apelido “cometa do século” tenha sido dado inicialmente com base em previsões otimistas, os cientistas alertam que os cometas são astros imprevisíveis, o que significa que seu brilho pode não atingir todo o potencial esperado.

Mesmo assim, o cometa Tsuchinshan-ATLAS tem sido uma visão deslumbrante no céu da madrugada, especialmente para aqueles que conseguem encontrar um ponto de observação livre de luzes urbanas.

O C/2023 A3 está mais visível nas primeiras horas do dia, antes do nascer do sol, e embora possa ser avistado a olho nu, o uso de binóculos ou câmeras em modo noturno pode ajudar a capturar melhor o fenômeno.

Os cientistas recomendam observar o cometa até o início de outubro, quando ele ainda será visível, embora com brilho diminuído conforme se afasta do Sol. Devido à sua natureza imprevisível, eventos como esse são considerados únicos e inesquecíveis.

Como avistar o cometa?

Observar o C/2023 A3 não é uma tarefa fácil, mas pode ser feita seguindo algumas dicas essenciais. Primeiro, é importante estar em um local com o horizonte leste completamente livre de obstáculos, como prédios ou montanhas.

O ideal é fugir das luzes da cidade, que podem ofuscar a visão do cometa. A partir das 4h30 da manhã, o cometa pode ser visto na direção em que o Sol nasce, perto da constelação de Sextante.

No entanto, o tempo para observá-lo é limitado: assim que o céu começa a clarear, o cometa desaparece rapidamente da vista.

Para os observadores que desejam capturar o momento com mais precisão, o uso de aplicativos de astronomia como Stellarium, Star Walk 2 ou Sky Tonight pode ser de grande ajuda para localizar o cometa no céu noturno.

Embora o Tsuchinshan-ATLAS seja visível a olho nu em condições ideais, uma câmera com modo noturno ou até mesmo um telescópio podem proporcionar uma visão mais clara e detalhada do fenômeno.

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