Acordo cedo. Sexta-feira. Ouço o vaievém matinal de vizinhos. Pássaros. Trabalhadores. Estudantes. Sinto o cheiro de café que evapora em alguma residência.
Mas o que foge à rotina matinal é a agitação dos quero-queros (também conhecidos como abibe-do-sul), prenunciando algo. Também há um vento que assopra forte, beirando a velocidade de 22 km/h.
Quanta precisão.
A previsão do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) que me alertou logo cedo sobre a umidade, a intensidade do sol e a velocidade do vento.
Este sempre nos traz boas notícias, por vezes. Em outras, porém, nem tão boas. Mas sempre nos proporciona algum sentimento ou sensação diferente. Há também a neutralidade. De um dia normal.
Sobre os protagonistas desta manhã de sexta-feira e toda a sua agitação, a minha mãe sempre conta que a euforia dos quero-queros tem significado popular, que foi alimentado no decorrer da história pelas crendices.
Mas, afinal, o que as aves, tão bonitas, irrequietas e bravas, querem nos dizer? De acordo com as crendices populares, contadas por minha mãe, toda a agitação delas, que acontece esporadicamente, prenuncia notícias ruins, tristes, tais como falecimentos de pessoas conhecidas.
Muitas pessoas afirmam que essa crendice é um fato real, que já perderam pessoas conhecidas, amigas ou familiares quando o dia começa com o barulho das aves.
Há quem diga, no entanto, que a agitação nada mais é que uma defesa das aves quando se sentem ameaçadas ou quando os seus ninhos com ovos ou já com filhotes estão sob ameaças. Mitos ou verdades, os fatos atraem a minha atenção. A agitação causa espanto e curiosidade. Todavia, confesso que fico torcendo para que ninguém morra em dias de agitação dessas aves.