Apesar do agravamento da pandemia com o aumento do número diário de casos de contaminação pela Covid-19, e da preocupação de pais e professores, as aulas nas escolas estaduais serão no formato presencial e se iniciam no dia três de fevereiro.
O anúncio foi feito pelo governador Renato Casagrande em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (28) no Palácio Anchieta.
Casagrande destacou contudo que o estudo remoto poderá ser retomado caso surjam muitos casos numa mesma escola, mas que por hora as aulas serão presenciais, e que o Estado vai fazer tudo que for preciso para conduzir a aula dentro da segurança sanitária.
Segundo ele, haverá avaliações semanais sobre o cenário da pandemia, o que poderá levar à mudanças, mas sempre com base em orientações técnicas. “Em 2022 a educação será a prioridade das prioridades”, enfatizou.
Casagrande ressaltou ainda que o trabalho foi para que a volta às aulas fosse em um cenário diferente, mas que o governo optou por seguir em frente com o calendário já definido. “Nossas escolas estão preparadas”, assegurou.
Uma das pessoas que externou publicamente sua preocupação com a volta às aulas foi a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel.
Outro que deixou claro o seu posicionamento contrário ao retorno presencial é o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.
Ele destaca que discorda completamente da fala de que os riscos do retorno as aulas são aceitáveis. “Não há risco aceitável com crianças. Ninguém sabe como sequelas crônicas deixadas pela Ômicron podem afetar crianças infectadas. É um absurdo sem precedentes reabrir escolas. Com transmissão muito menor na primeira onda elas foram fechadas. Qual a lógica de permitir sua reabertura agora?”, indaga o neurocientista.
Mas na coletiva Casagrande informou que no final de 2021 foram repassados cerca de R$ 22 milhões às escolas para ações de prevenção à Covid-19, como reformas e aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
O governador enfatizou que o retorno às aulas presenciais é importante porque nos dois últimos anos os alunos ficaram muito tempo fora da sala de aula.
“A educação é fundamental e sempre foi prioridade nossa. E 2022 vai ser o ano em que a gente quer marcar nossas ações na área da educação”, pontuou.
O governador Renato Casagrande informou também na entrevista coletiva que não será exigido o passaporte da vacina contra a Covid-19 para matrícula nas escolas estaduais.
“A matrícula não está condicionada à exigência da vacinação. Os pais serão orientados a imunizar os seus filhos. Em caso de recusa o Conselho Tutelar poderá ser acionado”, esclareceu.