ter 11/fevereiro/2025 09:23
Capa
Geral
Cachoeiro
Política
Oportunidade
Saúde
Educação
Economia
Agro
Segurança
Turismo
Esporte
DiaaDiaTV
Publ. Legal
Mundo Pet
Cultura

Bullying, melhor levar a sério: depressão dos filhos causa sofrimento a toda a família

foto perfil anete3
Anete Lacerda

Uma mãe de Cachoeiro de Itapemirim tem passado por momentos especialmente difíceis nos últimos quatro anos. Não apenas ela, mas toda a família adoeceu por causa da depressão da filha de 16 anos, que foi vítima de bullying na escola e tentou o suicídio.

Segundo LM, quando a filha, que estuda em escola particular, tinha 12 anos começou a perceber mudanças no comportamento dela, que passou de uma menina alegre e extrovertida a uma pessoa extremamente triste.

“Ela sempre relatava que a chamavam na escola de baleia, Plutão, lua cheia e muitos outros apelidos que a deixavam arrasada”, relata.

A mãe conta que em função disso a filha iniciou uma dieta radical e emagreceu 40 kg. Ficou anoréxica, só pele e osso.

“Daí surgiram a bulimia, a compulsão alimentar e a depressão, que a levaram a oito tentativas de suicídio e várias mutilações pelo corpo”, destaca a mãe, entristecida.

Ela lembra que na última vez a filha ficou 11 dias na UTI em estado gravíssimo, precisou ser entubada, fez hemodiálise, tomou sangue e que os médicos diziam que só um milagre a salvaria.

“A primeira internação foi compulsória no Capaac de Cachoeiro de Itapemirim e durou 30 dias”, esclarece a mãe.

Mas aí surgiu outro problema. “Essa clínica psiquiátrica não é especializada em adolescentes, pois só atende a partir de 18 anos. Minha filha ficou internada no meio de várias moças com problemas psiquiátricos e usuários de drogas”, enfatiza.

Já a segunda internação foi após a oitava tentativa de suicidio e a filha saiu de ambulância do hospital direto para uma clínica particular em Ubu, no município de Anchieta.

“Ela permaneceu lá por dois meses e meio, também junto a muitos jovens e adultos dependentes químicos e também conviveu com todo tipo de paciente. Minha filha era visitada uma vez por semana por 30 minutos. Sempre demonstramos a importância dela em nossas vidas”, informou a mãe.

Ela lamenta que em pleno Século XXI os estudantes e qualquer pessoa considerada fora do padrão imposto pela sociedade ainda seja submetida a tanto sofrimento.

Outro problema apontado por LM. é que muitos estudantes escondem o sofrimento por vergonha de serem expostos na escola.

“Alguns entendem que se contarem as famílias vão até a escola e todos os colegas ficarão sabendo. Isso leva a maioria a sofrer em silêncio, sem pedir ajuda”, ressalta a mãe.

 

Gostou da matéria? 💬

Junte-se ao nosso grupo no WhatsApp e receba notícias exclusivas diretamente no seu celular!

👉 Entrar no Grupo

Os custos do tratamento

Na opinião da LM, seria muito importante ter em Cachoeiro um espaço adequado para acolher crianças e adolescentes com problemas emocionais.

Ela diz que é muito difícil marcar com médico psiquiatra em Cachoeiro, o que a levou a recorrer ao Ministério Público (MP) em busca de apoio porque foram muitas tentativas, muitas e muitas noites acordada e muito sofrimento por causa do bullying.

“O tratamento de minha filha foi transferido para o Himaba (Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves) em Vila Velha. Está sendo maravilhoso, mas isso só foi possível devido à interferência do MP. Caso contrário minha filha não estaria viva”.

Além da dificuldade de acesso, LM destaca que o preço dos medicamentos também é muito alto e pode inviabilizar o tratamento.

“O acesso a médicos e psicólogos, bem como à medicações, é muito caro e difícil de manter. Hoje consigo as consultas pelo governo e três das medicações que ela faz uso, o restante precisamos comprar. Gastamos mais de R$ 2 mil por mês com o tratamento”, conta.

A mãe faz questão de destacar que ela e a família adoeceram junto com a filha. “O Poder Público precisa pensar que é preciso criar uma rede de apoio também para a família”, sugere.

Ela diz que além do tratamento para os adolescentes que sofrem bullying e adoecem, essa rede de apoio será muito importante para os familiares.

“É muito sofrimento ver nossos filhos definhando e querendo morrer em virtude de atitudes e palavras impensadas proferidas  na escola que podem levar à morte”, conclui.

 

LEIA TAMBÉM

Bullying, melhor levar a sério: MP quer unidade para atender crianças e adolescentes em Cachoeiro

Bullying, melhor levar a sério: Mães de vítimas querem se unir para combater o problema

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Miss Espírito Santo em viagem para o miss Brasil

Representante do Espírito Santo chega a São Paulo para disputar o Miss Brasil

Aprovados em concurso tomam posse em Cachoeiro

Cachoeiro: aprovados em concurso tomam posse nesta segunda

Planos de saúde sobre mudanças de regras para cancelamento

Procon de Cachoeiro orienta sobre novas regras para cancelamento de planos de saúde

corrida do arthur-piúma-08-02-2025 (1)

Centenas de atletas “correm pelo Arthur” em Piúma

presidente kennedy - 10-02-2025

Último dia de inscrições para concurso de Kennedy

Cristo Redentor de Guaçuí

Ataque de abelhas deixa oito pessoas feridas no Cristo Redentor de Guaçuí

empreendedorismo de mães atípicas

Proposta estimula empreendedorismo de mães atípicas

Lideranças na nova rodovia em Guarapari

Estado ganha nova rodovia que liga BR 101 à Rodovia do Sol, em Guarapari

Leia mais
plugins premium WordPress