Uma câmera de videomonitoramento flagrou dois rapazes lançando uma bombinha, popularmente conhecida como cabeça de nego, na Linha Vermelha, em Cachoeiro de Itapemirim, perto da antiga estação ferroviária, nas proximidades do local onde manifestantes armaram tenda em protesto contra o resultado das Eleições 2022.

O vídeo mostra dois rapazes estacionando e saindo de um Fiat Toro branco, na Rua Reinaldo Machado, situada no bairro Recanto, via que fica em paralelo e numa parte mais elevada do que a Linha Vermelha. Um deles acendeu a bombinha, lançou e depois os dois saíram no veículo.

O fato gerou polêmica nas redes sociais, principalmente nesta sexta-feira (16), após um áudio que começou a circular nos grupos de Whatsapp. Nele, um homem reclama que pessoas lançaram pedras do alto e elas atingiram a cabeça de sua tia, que caminhava na Linha Vermelha.

No entanto, segundo a reportagem pode apurar, o vídeo teria sido registrado no começo do mês, no dia 2 de dezembro, no dia do jogo do Brasil contra Camarões e as imagens mostram que as pessoas lançaram uma bombinha e não pedras.

Nos grupos, várias pessoas relacionam os dois fatos. Muita gente ficou revoltada e afirma que as bombinhas foram lançadas contra os manifestantes. Outras pessoas também acusam os filhos dos donos de uma conhecida ótica da cidade.

A reportagem ligou para a ótica e conversou com o gerente do estabelecimento. Apesar do nome da empresa estar circulando nos grupos de whatsapp, o jornal preferiu não divulga-lo e nem o nome do gerente que nos atendeu.

O gerente disse que ocorreu um mal entendido. Afirmou que apurou o caso e destacou que foi no dia 2, durante jogo do Brasil, e que os dois rapazes, que são ligados à empresa, não lançaram a bombinha contra as pessoas que estavam na tenda, mas de forma aleatória.

“Foi tudo esclarecido. A bombinha foi lançada em função do jogo do Brasil e não na direção dos manifestantes”, disse o gerente.

Em sua conta no Instagram, a ótica reforça que o fato foi no dia 2 e que não compactua com ‘essas atitudes’. Diz ainda que medidas cabíveis já estão sendo tomadas.

A reportagem tentou descobrir quem estava acampado na Linha Vermelha no dia das bombinhas, ligando para pessoas ligadas ao movimento, mas conseguiu descobrir.

No entanto, uma mulher que participa do movimento disse que quando esteve acampada na Linha Vermelha, na semana passada, percebeu que lançaram alguma coisa do alto do morro, mas não descobriu o que era e ninguém foi atingido. “Acho que foi só para assustar mesmo”, comentou.