Artesãos, artistas plásticos, fotógrafos e colecionadores se mobilizaram nesta quarta-feira para eleger os representantes do segmento no Conselho Municipal de Política Cultural de Cachoeiro de Itapemirim (CMPCCI).
A eleição foi realizada das 8h às 18h, de forma virtual. Foi eleito como titular, com 21 votos, o fotógrafo, artista plástico e músico Hélio Júnior, e como suplente, com 20 votos, a também artista plástica Heloísa Zaggo.
A artesã Lenilce Pontini, que ajudou a coordenar o processo eleitoral, diz que a importância desse segmento no Conselho está num avanço nas ações do setor para torná-las realmente efetivas. “Eu acredito que é com o nosso olhar que a municipalidade pode fortalecer a arte de forma geral”, enfatiza.
Hélio Júnior diz que primeiramente é uma honra poder representar a classe de artistas plásticos e artesãos e a todos que de alguma forma estão ligados à Cultura. “Coloquei meu nome para tentar buscar forças e parcerias na área da Cultura em de forma geral”, enfatiza”.
O titular no Conselho diz que a primeira coisa a fazer é tentar unir os Artesãos para que falem a mesma língua e busquem melhorias no coletivo.
Mas independente de fazer parte do Conselho, ele já é comprometido socialmente e reúne artesãos para se fortalecerem e melhorarem a qualidade de suas peças.
Ele conta que está sempre fazendo reuniões para organizar futuras feiras na praça de Itaoca, e também para explicar como tirar a carteira de artesão.
“Estou sempre motivando os artesãos aqui em Itaoca para que eles não desanimem por qualquer dificuldade que surgir no dia a dia”, destaca.
Helinho, como é conhecido, é atuante no segmento de artes plásticas e já se tornou um artista respeitado quando o assunto é restauração, especialmente de peças sacras.
Restauração
O representante dos artistas plásticos e artesãos no Conselho de Políticas Culturais conta que começou a criar peças em 1997, aos 27 anos, quando trabalhava na Viação Itapemirim e recebeu da proprietária da empresa, Ignês Cola, o pedido para confeccionar um presépio feito de sucatas de ferro.
Depois que saiu da empresa, ele e o amigo José Carlos Costa fizeram outros presépios. Mas na restauração, começou há cerca de seis anos, quando uma imagem de Santa Rita de sua família quebrou e ficou em caquinhos, como descreve.
“Fui colando um por um e consegui fazer a minha primeira restauração. Assim surgiu o Hélio Restaurador. Hoje tenho muitas encomendas. e pinto também peças em gesso, como vasos e imagens sacras”, explica.
Helinho diz que a importância dos artistas se unirem é porque infelizmente às vezes o trabalho do artista local não é valorizado.
Ele conta que na época que eu fez o presépio de sucata não houve divulgação do seu trabalho e que em uma noite estava lá onde ficava exposto e ouviu os visitantes elogiando as esculturas e dizendo que Cachoeiro não teria artistas para fazerem aquela arte.
“Isso machucou muito por que a nossa cidade não valoriza os artistas de forma geral, mas principalmente no artesanato. A busca por essa valorização é o nosso trabalho”, ressalta.