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Conto: Violência contra a mulher

secreta-luz-30-04-23
Secreta Luz

Ele era meu príncipe encantado, bonito e sorridente, de palavras doces.

Demorei a entender quando os problemas começaram, ele apertando meu braço no meio da rua ou me fazendo ir à praia de roupa, pois “não queria ninguém olhando demais para mim”.

O primeiro tapa chegou e não acreditei que era real. Ele se ajoelhou e chorou, pedindo perdão e, por um tempo, voltou a ser “meu príncipe encantado”.

Mas não durou muito. Nunca dura.

Com o passar do tempo, a violência foi ficando mais frequente e mais forte. Não só violência física, mas também emocional. Eu nunca era suficiente, limpava a casa errado, as roupas passadas de forma errada. Ele me fez sair do trabalho para “cuidar melhor da casa”.

Ele me prendeu por dias a fio, não podia ir ao mercado ou à padaria, não sem ele junto comigo.

Era doentio, eu sabia, eu sentia. Uma pequena parte de mim entendia que aquilo estava errado, mas eu o amava demais, estava cega demais para querer lutar e sair daquele ciclo vicioso, cheio de dor e, às vezes, uma rara coisa boa.

Meses se passaram e eu continuava presa àquela situação. Até encontrar uma unha em um dos bolsos de sua calça. Era postiça, aqueles alongamentos em formato stiletto e na cor vermelha. O tipo de coisa que ele nunca me deixaria usar, mas que, pelo visto, outras usavam com ele.

Naquela noite, a briga foi terrível. Gritei tudo o que estava engasgado há meses na minha garganta. A cada grito que ele dava, me respondendo, eu tremia e chorava, antecipando os tapas e socos. Mas aquela era a hora de gritar, de me libertar daquele inferno, de reagir.

Quando os ânimos se acalmaram, ele veio me pedir perdão pela milionésima vez, dizendo novamente que iria mudar.

Uma parte de mim quase aceitou.

Uma parte quase disse que perdoava, mas se fosse o caso, recomeçaríamos o ciclo. Quando eu disse o “não”, a faca surgiu do nada. Rasgou meu braço e a lateral da barriga, como se eu fosse manteiga. O corte ardia e sangrava de uma forma estranha e feia, mas eram meu coração e minha alma que gritavam enquanto ele falava coisas que eu não entendia.

Não sei ao certo em que momento a ambulância chegou, juntamente com a polícia. Para falar a verdade, não sei até hoje quem os chamou. Ele foi preso, eu fui para o hospital. A dor no meu corpo sumiu, em poucas semanas.

A dor na minha alma ainda aponta, em dias mais sombrios. Mas, luto para me reerguer. Luto para ter uma nova vida, plena e feliz, todos os dias, em todos os momentos.

Com ele bem longe de mim.

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Virgínia Pastore. Escritora e poetisa, nascida e criada em Cachoeiro de Itapemirim-ES. Escreve desde os 10 anos de idade. Em 2017 começou a publicar poemas nas redes sociais e em 2021 passou a lançar seus livros em formato e book pela Amazon.
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