A centenária Leopoldina do Nascimento ganhou fama por ser a eleitora mais antiga do Espírito Santo. Considerada um exemplo para muitos jovens, pela alegria de viver e pela consciência da importância de exercer seu direito de votar, Dona Leopa morreu nesta sexta-feira (9), aos 115 anos, em Cariacica, de causas naturais.
Filha de um negro liberto pela Lei do Ventre Livre, Dona Leopa nasceu em 17 de agosto de 1905, em Marechal Floriano, região Serrana do Estado. O pai, Manoel Vieira do Nascimento, fez questão que a filha fosse alfabetizada.
No entanto, ela teve que interromper os estudos aos 13 anos, quando precisou trabalhar como doméstica e foi viver na casa de uma família em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado.
Dona Leopa nunca se casou nem teve filhos. Nos últimos anos, vivia no lar de idosos Alvedalma, em Cariacica. Todos os anos em que tinha eleição, ela era entrevistada pelos veículos de comunicação por ser considerada um exemplo de cidadania.
Ela tinha como companheira uma gaita, em que tocava o Hino Nacional, o Hino da Bandeira e o Hino do Espírito Santo.
Em entrevista ao jornal A Tribuna nas eleições de 2018, Dona Leopa voltou a defender a importância do voto inclusive para pessoas que não precisam mais votar, como era o caso dela, por ser idosa: “O voto trouxe liberdade para a mulher”, destacou.
E para quem diz que não adianta votar porque os políticos sempre roubam, Dona Leopa destacou para A Tribuna que essa não é a forma ideal de lidar com os problemas: “As pessoas falam que não vão votar porque os políticos continuarão a roubar do mesmo jeito. Mas isso não é certo. A gente tem a chance de renovar a cada quatro anos, de tentar de novo”, disse Dona Leopa.