A redução do volume de água fornecida para a população de Itapemirim foi de 210 litros por segundo para 126 litros por segundo. O fenômeno da elevação da maré do Rio Itapemirim, que atingiu o principal ponto de captação e comprometeu o abastecimento, deve durar até o dia 2 de outubro.  Essa é a informação do diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, de Itapemirim (Saae), Waldemir Pereira Gama.

“Nos últimos quatro ou cinco anos, nosso sistema tem sido afetado com o avanço das águas marítimas. Com esse fenômeno da maré, a nossa captação é atingida quase 100% no volume de águas marítimas e nossa água se torna imprópria para fornecer para a cidade. Também se deve à degradação dos nossos mananciais e rios em períodos de estiagem,  devido ao baixo volume de águas dos rios combinando com a tábua da maré que nós acompanhanos e prevemos o período em que ocorre. ”

Com base nisso o diretor do Saae, informou que foi necessária a instalação de um sistema alternativo. “Subimos 5 quilômetros acima dessa captação normal e instalamos um sistema provisório com um gerador, instalamos a bomba anfibia nesse período de emergência; o projeto na verdade prevê 10 quilômetros, mas já temos 5 quilômetros acima onde essa maré não consegue atingir. A nossa vasão normal de abastecimento chega a 210 litros por segundo, isso é o que a cidade consome, mas com o sistema alternativo chegamos apenas a 126 litros por segundo.”

Quando isso ocorre a Saae envia comunicados e conscientiza a população para que economizem, usem água com mais equilíbrio para que o volume tratado que a empresa capta seja suficente para atender a todos. “Esse fenômeno iniciou nesta sexta-feira (29), quando tivemos que descartar um volume de água que já tinha adentrado em nossa estação de tratamento, até acionarmos o sistema alternativo. Mobilizamos toda nossa equipe para manter a nossa cidade abastecida.”

Waldemir ressaltou que está previsto, pela tábua da maré, que ela deve acontecer até o dia 2 de outubro e no final do mês novamente. “É uma maré que sobe e estaciona não permitindo a gente ter uma água natural do nosso rio por poucas horas do dia, mas na maior parte do dia temos a maré estável.”

Captação fixa

O sistema alternativo de captação de água é utilizado sempre em casos de emergência como este que está acontecendo em Itapemirim. O ideal, segundo Waldemir Pereira, seria ter uma captação fixa, mas ele aponta alguns desafios para que isto aconteça.

“O projeto mais seguro é estabelecer uma captação com uma infraestrutura de maior vasão, com bombas, energia elétrica e um esquema de segurança porque o local é ermo e o vandalimso e roubos de material elétrico tem acontecido demasiadmente. Então, o projeto existe, a solução também, mas precisa ser em comum acordo com a preservação do meio ambiente, senão cada vez mais a gente vai ter que estar fazendo trabalho paliativo em siturações como essa.”

O diretor do Saad acrescenta que no momento não há infraturura na região acima de 10 quilômetros, o que seria uma situação mais segura para se ter uma captação fixa. “Temos um projeto de estabelecer uma nova captação com toda infraestrurua mas isso requer cooperação de outros orgãos de controle e de outros municípios além de Itapemirim. Algumas questões devem ser consideradas: a questão de energia elétrica em uma área rural; seria um sistema caro.  Esses fenômenos ocorrem devido a grande degradação ambiental, é preciso recuperar nossos mananciais e isso não depende só de Itapemirim. Temos que conscientizar nossa populaçao que o rio é a vida da cidade”, ele conclui.

Maré alta do Rio Itapemirim atinge ponto de captação e compromete abastecimento de água