Está confirmada para este domingo (29), em Piúma, a “1ª Gaymada Itinerante”, uma queimada LGBT+ que acontecerá às 15h00, no campinho de areia do Complexo Willian Damasceno, no início da praia, próximo ao portal da Ilha do Gambá.
O evento ocorre em comemoração ao “Dia Nacional da Visibilidade Trans”.
A Gaymada é proposta pelo Coletivo de Fortalecimento e Empoderamento da População Negra + Diversidade do Sul do Espírito Santo (Fepnes), Núcleo de Piúma com o Conselho Estadual LGBT+ e a Secretaria de Estado de Direitos Humanos.
O desfile Trans Fashion, que estava programado para esse período na Feira do Sol, foi adiado para o carnaval. O prefeito de Piúma, Paulo Cola, se colocou a disposição para tornar o evento badalado e disse que além de apoiar, quer ser jurado, se o Coletivo resolver promover um concurso de trans.
“É um caso a se pensar. Ter o apoio da Prefeitura já nos honra muito. Nós só queremos dar visibilidade às pessoas que, durante a vida toda sofreram o apagamento da história além do forte preconceito, da homofobia latente e a violência que mancha as estatísticas de sangue, uma vez, que o Brasil é um país com altíssimos índices de homicídio contra pessoas trans”, destacou a jornalista Luciana Maximo, uma das diretoras do Coletivo Piúma.
Ela continua: “Vamos dar visibilidade a pessoas que consomem, gastam dinheiro, promovem, trabalham e agora exigimos, que nossas existências no mundo sejam reconhecidas, protegidas e exaltadas”.
A Feira do Sol se colocou a disposição para patrocinar o Desfile e esclareceu que, as dependências do estabelecimento não comportam um desfile, seja qual for, por conta de os corredores serem apertados para o movimento comercial de praxe.
Desde 2004, janeiro é o mês em que se celebra o dia da Visibilidade Trans. A data lembra o dia em que travestis e transexuais foram ao Congresso Nacional reivindicar dos parlamentares políticas de equidade e lançar a campanha nacional “Travesti e Respeito”, que acabou se tornando a primeira organizada por e para pessoas trans com foco na promoção do respeito e da cidadania.
Importância
Apesar da data exata ser no dia 29, o mês inteiro é marcado por ações com esse foco.
“Enquanto os crimes de ódio existirem, teremos o dever de lutar para desconstruí-los, acreditamos que, ocupar e debater, é necessário, para que possamos viver de maneira justa, inclusiva, com dignidade e igualdade”, destacou a jornalista Luciana Maximo, uma das diretoras do Fepnes, em Piúma.
As diretoras das comissões LGBT, Maria Paula Amaral (Bombom), Samara da Silva Abreu e Agatha Benks, fazem coro que elas têm o “direito de ser, estar e existir”, e seguiram lutando e construindo agendas, para incidir na criação e execução de políticas públicas e garantias dos direitos e respeito às diversidades.
A coordenadora executiva do Fepnes, Luciana Ciríaco Souza (Baiana), afirma que, seguirá na militância pelos direitos dos humanos, pela vida e pela democracia, até que “sejamos de fato respeitado pela nossa subjetividade. O que nos define é o amor ao próximo”.