O Estado do Espírito Santo permanece ems situação Emergência Zoossanitária. Isso significa que exposições, torneios e feiras com aglomeração de aves estão suspensos por causa do aumento do número de casos de gripe aviária em países de onde vêm as aves migratórias para o estado capixaba.
A medida se aplica a quaisquer espécies de aves de produção, ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades
O Comitê Gestor de Enfrentamento à Influenza Aviária no estado, do qual a Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (SFA-ES/Mapa) faz parte, decidiu na semana passada prorrogar o prazo por mais 180 dias, que segue até julho.
Além do aumento de casos da doença em outros países que enviam as aves para o Espírito Santo, a nova deliberação do comitê também leva em consideração o início do fluxo de aves migratórias, que acontece a partir do mês de abril.
Entre os eventos suspensos no Espírito Santo, estão os torneios de canto e fibra de pássaros canoros (aves que possuem canto harmonioso), muito tradicionais no estado.
O Espírito Santo possui cerca de 32 mil criadores de pássaros não comerciais e, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), 26 associações cadastradas para realização de competições.
Esses eventos já estavam suspensos desde março de 2023 em todo o país por conta da portaria Nº 572 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que estabeleceu medidas preventivas em função do risco de disseminação da influenza aviária de alta patogenicidade no país.
De acordo com o superintendente Federal de Agricultura no ES, Guilherme Gomes de Souza, é primordial que os setores envolvidos pela portaria do Mapa sejam sensibilizados.
“A influenza aviária é muito grave e pode causar problemas econômicos e atingir até a saúde das pessoas. E a aglomeração de aves e pássaros em eventos pode ampliar a proliferação da doença”, ressalta.
Segundo a auditora fiscal da SFA-ES/Mapa e membro do Comitê Gestor de Enfrentamento à Influenza Aviária, Letícia Meireles Alves, a manutenção do estado de emergência devido à Influenza Aviária no Espírito Santo é fundamental.
“Isso se deve à presença de um importante sítio reprodutivo de trinta-réis no estado, que foi o primeiro a ser afetado pela doença em 2023, e pela iminência do novo fluxo migratório dessas aves”, afirmou.
Além da SFA-ES/Mapa, fazem parte do Comitê Gestor de Enfrentamento à Influenza Aviária, representantes da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), da Secretaria da Saúde (Sesa), da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC) e da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves).
Influenza Aviária no Brasil
Em maio de 2023, foi registrado o primeiro foco da doença em ave silvestre no Brasil. Desde então, são 151 casos confirmados, sendo 148 em aves silvestres e três em aves de subsistência.
Nenhum caso foi detectado em criação comercial, condição que mantém o Brasil com status de país livre da gripe aviária (H5N1) perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), podendo assim exportar seus produtos para consumo de forma segura.