Frorisbelo da Silva, de 81 anos, estava em casa no fatídico dia 23 de março quando um temporal histórico seguido de uma enchente avassaladora inundou sua casa até o teto.

Sozinho e com as dificuldades naturais de locomoção que a idade traz para a vida de um idoso, ele só escapou porque uma vizinha o ajudou a sair da água.

Sua filha, Adriana Rodrigues, 39 anos, conta um pouco da luta para ajudar o pai que viu tudo ser destruído em poucas horas. “Meu pai perdeu tudo: geladeira, guarda-roupas, cama, botija de gás, roupas, ficou sem nada. Ele mora de aluguel e depois que água baixou só se vê escombros e lama deixados pela inundação. A casa continua do mesmo jeito, cheia de barro, lama, e com cheiro muito forte de coisa podre”, relata a filha do idoso.

Adriana também foi afetada pela tempestade, ela perdeu praticamente todas as roupas da casa e dos filhos, atingidas diretamente pela chuva, terra e barro. Ela diz que as roupas ficam sempre expostas pois não possui um armário para guardá-las. “A lama estragou as nossas roupas, meu sonho sempre foi ter um armário, mas infelizmente a sujeira pesada tomou conta do espaço”, lamenta ela.

Pensar no futuro? Só depois de limpar tudo, diz Adriana que divide o tempo entre retirar a lama da própria casa e do imóvel alugado onde seu pai reside.

“Por enquanto quero terminar de tirar a lama da casa do meu pai, ajeitar tudo. E daqui para frente, esperamos em Deus para recomeçar e reconquistar tudo o que ele perdeu. Temos fé e esperança, e fico muito grata a Deus porque meu pai está vivo mesmo sendo idoso e ainda ter a casa invadida até o teto pela enchente”, conclui a filha de Frorisbelo.

Fotos: Divulgação/Adriana Rodrigues