Choro, tensão, acusações, preocupação e um veredito. Esse foi o clima que tomou conta da sala de audiência do Fórum Municipal de Guaçuí, onde por mais de 8 horas, nesta quarta-feira (10), foi julgado Adilon Roberto de Souza, ex-marido e pai dos filhos de Carla Valadares da Silva, atropelada e morta, no dia 27 de outubro de 2021, próximo ao destacamento do Corpo de Bombeiros.
A advogada de acusação, Maria Victória Loureiro, informou que, concluído o julgamento, o Conselho de Sentença condenou o acusado no crime homicídio qualificado da vítima Carla Valadares da Silva.
“Os jurados acolheram todos os quesitos apontados pela acusação, com isso, a justiça foi feita e confirmadas as três qualificadoras no crime de homicídio: motivo futil; meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e, contra a mulher por razões da condição de sexo feminino”, disse Maria Victória.
Quanto à pena imposta, a advogada informou que “a magistrada ao realizar a dosimetria da pena levou em consideração todos os agravantes, fixando em 25 anos com o regime inicial fechado. Eu enquanto advogada espero que o resultado traga o mínimo de conforto aos familiares, principalmente aos filhos que tiveram uma perda tão dolorosa.”
A família de Carla
“Choramos muito com o depoimento da minha sobrinha, filha de Carla e Adilon. Ela precisou narrar o que presenciou durante sua infância dentro de casa e falou contra o comportamento do pai. Minha sobrinha perdeu pai e mãe numa pancada só. O julgamento foi triste e muito comovente porque a gente relembra o que aconteceu, mas foi muito justa a decisão da justiça”.
Essa é avaliação que Silvia Valadares, irmã de Carla, fez do julgamento. Ela entende que o resultado é uma resposta muito esperada pela família e amigos.
“O sentimento de justiça feita está no coração da familia. Agora, vamos relaxar porque foram anos de muita tensão e preocupação. Vamos comemorar, assim que for possível, a vitória conquistada para Carla porque a Justiça fez o papel dela, foi um alívio, graças a Deus!”,
De acordo com ela, o réu permaneceu todo tempo de costas para a família e de cabeça baixa. “Ele só se pronunciou quando solicitado. Confessou que o casal tinha brigas constantes mas chegou a questionar: ‘Qual o casal, a familia que não briga?’ Ele disse que não teve a intenção de matar a ex-mulher, mas o carro que conduzia teria estourado os pneus no caminho e atingido a vítima”, disse Sílvia.
Vídeo do atropelamento
Imagens do sistema de vídeo-monitoramento de Guaçuí, na Região do Caparaó, mostram o momento em que o motorista de um Ford Fiesta atropelou intencionalmente uma mulher, em frente ao batalhão do Corpo de Bombeiros.
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O fato ocorreu na ES-484. Carla Valadares da Silva Souza, 35, foi atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Em seguida, foi socorrida pelo Samu e levada ao hospital, mas não resistiu e morreu.
As imagens mostram Carla em cima de um Fiat Strada branco, quando o Fiesta de cor escura, vai em alta velocidade na direção do outro veículo. A vítima desceu correndo, mas foi atingida pelo automóvel.
