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Luto: o preço do amor

Thais-Rangel-Damasceno
Thaís Rangel Damasceno

ARTIGO: Thaís Rangel Damasceno, psicóloga, psicoterapeuta, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental. Servidora pública na rede SUS.

 

Ainda que seja a única certeza da vida, a morte é um tema que provoca desconforto para muitas pessoas.  De forma geral, não se gosta de falar nem pensar na morte porque assim sendo, temos que nos haver com a idéia da nossa própria finitude. Contudo, a morte faz parte da vida, assim como o luto, e refletir sobre eles, nos ajuda a viver.

O luto é um processo natural em reação a um rompimento de vínculo, uma perda significativa em nossa vida. Mas não refere-se apenas a morte de um ente querido, pode envolver  situações de mudança de um papel social, a perda de uma possibilidade de futuro, perda da saúde, entre outros. É a sensação de que algo nos foi tirado. 

Em nossos dias atuais, com a vivência da pandemia Covid-19, o medo, angústia e esperança se alternam. Quem cuida vive a mesma aflição daquele que é cuidado (psicologicamente falando), e aquele que precisa de cuidado, também oferece risco ao cuidador. Ninguém está à parte, todos estão absolutamente envolvidos. Dessa forma, pensar e/ou falar da dor, morte ou luto do outro, nos remete aos nossos próprios medos, ao nosso próprio luto.

Sabe-se que no enlutamento por morte, as explicações e os rituais de passagem entre a vida e a morte, assim como a maneira que a morte é encarada variam conforme cada sociedade e cultura.

O momento atual traz algumas particularidades, como por exemplo, a supressão dos ritos de despedidas e da presença junto ao paciente infectado durante o período de convalescia e luto. Sabe-se que os rituais de despedidas (funerais, enterros, atividades religiosas) possuem funções organizadoras, que auxiliam no suporte ao processo de luto. Tais ritos compõem o fechamento de um ciclo, possibilitam que a família e amigos entrem em contato com o fim da vida do sujeito.

O impedimento de viver esses momentos pode trazer sentimentos de raiva, horror e choque, podendo aumentar a chance de desenvolver um luto complicado, sendo este, um processo de luto com maior risco de adoecimento psíquico, onde é necessário auxilio profissional; sendo esta, uma possibilidade, não uma sentença.

Vivenciar a morte de uma pessoa amada é o momento mais difícil e doloroso que podemos experienciar, contudo, é necessário e saudável viver esse momento de dor. Não há nada de errado com o luto e a tristeza, este processo diz do tempo que cada um tem para se reorganizar e aprender a viver sem a pessoa. Temos o direito ao sofrimento, entretanto, é comum que haja uma cobrança social de que o enlutado “reaja” e retome sua vida o quanto antes, e por vezes, a própria pessoa não se permite vivenciar o seu sofrimento.

O primeiro ano após a perda tende a ser o mais difícil, reviver as datas comemorativas pela primeira vez sem a pessoa é uma confirmação contínua de que ela já não está mais presente. 

O luto enquanto processo tem início, meio e fim. Este fim refere-se à fase em que o sujeito encontra ferramentas para seguir a sua vida, fazendo planos e executando-os, sem o ente querido. O tempo de duração do luto é particular. Alguns podem demorar meses, outros anos. Contudo, é possível que algumas pessoas, sobretudo pais que perderam seus filhos, vivam uma espécie de luto sem fim, no sentido de que, por mais que retomem suas vidas, façam planos, execute-os, sejam felizes, ainda assim, o sofrimento os compõe. Fazendo uma analogia: pense no luto como uma cicatriz, nestes pais, a cicatriz é frágil, grande e visível. É delicada, de tempos em tempos ela sangra. Não importa quantos anos passe, a cicatriz abre. 

Dessa forma, vivenciar a dor não faz do luto uma doença, contudo, por vezes, ela pode sim desencadear um adoecimento psíquico e ser necessário ajuda especializada. Entretanto, de forma geral, o que mais necessitamos é nos permitir sentir, sem ter que justificar nem tentar abreviar o nosso processo. Mais ainda, precisamos aprender a estar junto às pessoas em sofrimento, ser colo, silêncio e afago. Permitir que elas expressem sua saudade tendo a certeza de que não estão sozinhas nesse momento, entendendo assim, que o luto é o preço do amor.

Thaís Rangel Damasceno é psicóloga. Foto: Acervo pessoal
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