Uma investigação da Polícia Federal (PF) que apurava desde outubro de 2020 a existência de um grupo criminoso que usava barcos de pesca para exportar cocaína, identificou a participação de pesqueiros do Espírito Santo na ação.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta terça-feira (23) a partir da operação denominada Mar Aberto, deflagrada com o objetivo de desarticular a organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de do entorpecente.
A PF chegou ao Estado porque entre os meses de maio e julho, bolsas de cocaína começaram a chegar ao litoral da Bahia e Espírito Santo, onde foram sendo encontradas pela população local.
Há registro de que até o momento foram arrecadadas 17 bolsas náuticas intactas, carregadas com 442 kg de cocaína.
Segundo a Polícia Federal, as investigações apontam que, ao longo de um ano, a organização criminosa tentou exportar para os continentes africano e europeu ao menos 6,5 toneladas de cocaína.
As provas que estão sendo coletadas auxiliarão na identificação dos financiadores da atividade criminosa, dentre outros eventuais participantes.
A operação, iniciada em Itajaí – SC, apontou que três embarcações de pesca da cidade foram usadas para transporte de mais de seis toneladas de cocaína até a costa da Namíbia, Ilha da Madeira, África do Sul e Europa.
Além do cumprimento dos mandados de busca e apreensão em Itapemirim, cerca de 100 policiais federais cumpriram 20 mandados de busca e apreensão também em Santa Catarina (Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema, Porto Belo, Florianópolis, Itajaí, Navegantes e São José), Paraná (Curitiba e Matinhos).
Estão sendo cumpridos também seis mandados de prisão preventiva de outros investigados. Na ação, autorizada pela 1ª Vara Federal de Itajaí, também estão sendo sequestrados veículos, imóveis e duas embarcações de pesca industrial, pertencentes ao grupo criminoso.
As investigações permitiram a identificação de uma organização criminosa que se apossou de barcos de pesca industrial de ponta para transportar grandes quantias de cocaína para o exterior.
A organização contratou também, em vários pontos do país, tripulações especializadas na atividade de navegação marítima para realização de longas travessias intercontinentais.
Caso seja confirmado o envolvimento, todos os investigados podem responder pelos crimes de associação ao tráfico e tráfico de drogas e pegar penas de 8 a 25 anos de prisão.