O apresentador Dony de Nuccio, que já comandou o Jornal Hoje e que atualmente trabalha em um site de notícias econômicas, assustou muitos de seus seguidores no Instagram na semana passada ao revelar que foi submetido a uma cirurgia de emergência na coluna por conta de uma hérnia de disco. Segundo o jornalista, de 35 anos, as dores eram insuportáveis, a ponto de não conseguir andar direito.
“Tive que passar por uma cirurgia emergencial na coluna. Estava há um mês com uma dor surreal na região lombar (e irradiada para o lado esquerdo até a coxa), sem conseguir andar direito, acordando de madrugada, tomando altíssimas doses de analgésico. Operei quando de fato a dor atingiu o ponto do insuportável”, contou Dony em rede social.
De acordo com o jornalista, o diagnóstico apontou uma hérnia de disco lombar posterolateral grande e extrusa, na região de L5-S1. “A operação foi uma discectomia para retirada desse conteúdo do disco intervertebral que havia se deslocado e rompido, comprimindo os nervos e gerando de 0 a 10 uma dor de nota 9+ o dia inteiro”, disse Dony.
A hérnia de disco pode ser causada pelo envelhecimento ou desgaste e é deslocamento do disco intervertebral, que é uma espécie de sistema que absorve o impacto da movimentação do corpo, localizado entre as vértebras. O ortopedista Lourimar Tolêdo explica que na discectomia é feita a retirada cirúrgica do fragmento do disco que está comprimindo o nervo.
“Ela pode ser realizada aberta ou por vídeo (técnica menos invasiva). Com relação ao alívio da dor, as duas técnicas são semelhantes”, afirma.
A hérnia de disco pode afetar qualquer idade, sendo mais comum na terceira década de vida e associada à predisposição genética. É caracterizada por lesão e projeção do disco lesado da coluna vertebral além do limite normal. Dependendo da intensidade, pode comprimir as estruturas nervosas.
“Os sintomas são variados e vão de dor lombar, que pode irradiar os membros inferiores, a fraqueza, dormência ou formigamento dos mesmos. Em casos mais graves, pode haver perda da sensibilidade e força nos membros inferiores, e perda do controle do intestino e bexiga, situação conhecida como síndrome da cauda equina”, explica Lourimar Tolêdo.
O médico destaca que, na maioria dos casos, o tratamento da hérnia de disco não é invasivo, uma vez que é realizado por meio de fisioterapia e uso de analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e remédios para dor neuropática.
“Apenas em casos mais raros, em que o paciente não experimenta melhora e/ou na ocorrência de alterações neurológicas graves, como perda importante de força nas pernas ou síndrome da cauda equina, a cirurgia é indicada”, explica Lourimar Tolêdo.
Tipos de cirurgia
De acordo com o ortopedista, na cirurgia tradicional, o paciente é posicionado de bruços na mesa cirúrgica, onde recebe uma anestesia geral. O tamanho do corte na coluna pode variar de 5 a 25 centímetros e, após o problema ser solucionado, o procedimento pode ainda ser acrescentado de fixação com parafusos, hastes e implantes, por conta do descolamento da musculatura dos ossos e instabilidade.
Já a intervenção por vídeo é feita com endoscópio, que permite ao cirurgião enxergar através de uma câmera toda a área lesionada com a nitidez de um monitor Full-HD e com a luminosidade ideal controlada através de um foco de luz acoplado ao sistema.
“As principais vantagens do uso do endoscópio são: incisão menor na pele; preservação dos tecidos sadios; possibilidade de conversar com o paciente durante a cirurgia, pois a anestesia pode ser local com sedação; rapidez no procedimento com sangramento mínimo; baixa taxa de infecção; menor dor pós-operatória; recuperação mais rápida e alto índice de sucesso. O procedimento pode ser ambulatorial, permitindo ao paciente ir embora para casa no mesmo dia da cirurgia”, disse Lourimar Tolêdo.