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“Menino do Pão”: destaco a qualidade do meu produto, não as minhas necessidades

Daniel Vitorio Baia Vieira, de 18 anos, morador do bairro Gilson Carone, em Cachoeiro, que sempre estudou em escola pública e concluiu o Ensino Médio, já não é mais um jovem completamente desconhecido na cidade.

Ele é o “Menino do Pão” e esteve recentemente no Domingão do Huck, da Rede Globo. No programa ganhou todos os equipamentos para montar uma padaria que permita  a ele e a família empreender de forma adequada.

Mas nem tudo foi tão simples no início da vida de empreendedor. Daniel começou a vender pão em março de 2021, no auge da pandemia.

Conta que naquele mês houve um lockdown na cidade, em que inclusive as padarias foram fechadas. Elas não abririam no sábado e no domingo e sua mãe propôs fazer o pão para ele vender.

Segundo ele,  cansada de ver o filho aos 17 anos sem conseguir emprego, preso no quarto com seus jogos eletrônicos, sem sair para a rua e sem render, perguntou o que ele achava de vender pãezinhos no domingo de manhã

“Com pouco empolgação, falei para ela fazer que eu venderia. Perguntei o que faltava. Então comprei o leite e o trigo com os R$ 9 que tinha”, relata.

O rapaz destaca que fizeram os pãezinhos e tiveram lucro de apenas R$ 11. “Eu fiquei desmotivado. Não fiquei satisfeito. Esperava mais. Mas a minha família e amigos me parabenizaram. Eles são muito importantes quando a gente está começando”.

Cita especialmente o primo Mateus, que sentou com ele e explicou tudo, deu dicas do que poderia fazer no próximo dia para vender mais. E descobriu que estava vendendo o pão sem considerar todas as despesas.

“Vendi o pão caseiro a preço de pão francês, que tem vários produtos que o pão francês não tem”, ressalta. Explica que desde então passou a ouvir bastante, aprendeu a ter resiliência, continuou vendendo, criou seu perfil no Instagram (@meninodopão) e foi fazendo suas postagens.

” E apareceram anjos para me ajudar. Um destes falou de mim para a TV, apareci numa reportagem que acabou me levando também ao Domingão do Huck . A partir daí tudo começou a mudar”, relata.

“Destaco a qualidade do meu produto, não a minha necessidade”

Daniel Vieira diz que nunca voltou com pães para casa, mas que em alguns dias demorava mais. Ora porque estava chovendo, ora porque o pneu do carrinho furava.

Se tem uma coisa que o empreendedor faz questão de destacar é que por mais que precisassem de ajuda, nunca vendeu o seu pão baseado no argumento da necessidade.

“Eu sempre coloquei em primeiro lugar a qualidade do meu produto. Fazia meu comercial, falando que todos gostavam muito dele. Eu sempre queria que levassem os meus pães porque eles são bons”, enfatiza.

“Passagem por programa global virou uma chave em minha vida”

O “Menino do Pão” conta que desde que apareceu no Domingão do Huck muitas pessoas começaram a conversar com ele pessoal e virtualmente.

“Muitos profissionais começaram a me orientar. Inclusive de marketing. Apareceram de várias cidades e estados e até de outros países. Sou muito grato a cada um deles”.

A história até chegar ao programa global é longa. Foram ligações estranhas, visita de pessoas que seriam de um banco, o telefonema encomendando 400 pães, quando a capacidade produtiva dele e da mãe era de apenas 60.

“Seria ótimo se pudéssemos aceitar. Mas demoraríamos uns dois dias produzindo e minha mãe estava com o braço quebrado. Recusamos. E depois a produção do Huck se revelou”.

Daniel diz que ir parar no Domingão foi uma emoção sem explicação. “Só de falar nisso o meu coração ainda acelera. Dá tipo uma crise de pânico do palco. É uma emoção e uma lembrança muito boa, apesar do nervosismo”.

Segundo o rapaz, o pensamento é um só “Se com R$ 9 estou aqui, imagina com todo o maquinário e toda essa visibilidade. Foi realmente uma virada de chave na nossa vida”.

O maior desafio

O “Menino do Pão” conta que a maior dificuldade que teve que superar foi a si próprio. “Às vezes meu outro eu não queria sair da zona de conforto, não queria levantar cedo, queria ficar um pouco mais na cama, esperar um pouco mais. Ele me dificultava”, explica.

É por isto que ter alcançado alguns objetivos tem um gosto especial para Daniel Vieira. “Eu venci, embora tenha sido muito difícil superar esse outro eu”, frisa.

O empreendedor diz que tinha dias que ele e a mãe, que é empregada doméstica, chegavam em casa muito cansados, e pensavam que não iam aguentar, mas superavam o cansaço e começavam a produção de pães.

“A gente trabalhava, ria, se divertia e até esquecia o cansaço. Mas para sair desta zona de conforto foi preciso  muita resiliência”, enfatiza.

Conselho

E se pode dar conselhos a alguém, especialmente aos jovens como ele, diz que tem um em especial. “Vale a pena levar uma vida honesta e se entregar ao que está fazendo de coração. Mesmo que não seja o que você quer fazer para sempre comece, se dedique, acredite e dê o seu melhor”.

Sonhos

Qual é o maior sonho do “Menino do Pão”? “Há uns meses era ter uma padaria. Agora é poder inspirar novas pessoas, assim como eu busquei inspiração em muitas para não desistir no início dessa caminhada”.

Mais que isto, ele e a mãe sonham em inspirar pessoas e despertar o que há de melhor nelas, de forma a poder mudar a vidas, assim como a deles foi mudada pela generosidade de tantas pessoas, relata.

Daniel Vieira espera abrir a padaria no terraço de casa e desta forma trabalhar para, junto com os pais, ter melhor qualidade de vida.

“Quero estar preparado para sair da cabeça do assalariado para a do empreendedor”, conclui.

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