Já se passaram 18 dias desde o temporal que castigou as cidades do sul do Espírito Santo, principalmente Mimoso do Sul, onde uma enchente histórica deixou vítimas fatais, desabrigados, desalojados e casas completamente destruídas.
Mas as consequências não pararam por aí porque muita gente ficou doente, já que é comum a pessoa ter contato com a água que se acumula nas vias públicas, que alaga residências e áreas comerciais, o que significa riscos à saúde.
Por isso é preciso estar alerta para os riscos que a água empoçada pode trazer para quem não teve como evitar o contato e se desloca a pé, de bicicleta ou mesmo de transporte público.
O técnico em Vigilância em Saúde, especialista em casos de desastres, Thiago Costa Santiliano, que atua em Mimoso do Sul, informa que os agentes infecciosos, como bactérias, que veiculam no alagamento, podem entrar em contato com alguma lesão na pele e ir para a corrente sanguínea, causando doenças como a leptospirose, que está presente na urina de ratos infectados.
Segundo Thiago Costa, 60 pessoas estão sendo monitoradas por suspeita de terem sido contaminadas pela leptospirose após a enchente na cidade. O especialista relata os riscos e cuidados que a população afetada pela enxurrada deve ter. Confira:
DIA A DIA: Quais as princiapais doenças decorrentes do contato com alagamentos e enchentes?
Thiago Costa: Diarreia, febre tifóide, hepatite A e B e a mais grave leptospirose.
DIA A DIA: Como se prevenir?
Thiago Costa: Usar botas de borracha e luvas e quando estiverem fazendo a limpeza dos ambientes e objetos, usar água sanitária para a descontaminação. Muito importante lavar as caixas d’águas e usar hipoclorito de sódio fornecido pelo SUS para descontaminar a água de nascente e poço, e alimentos como verduras, frutas e legumes.
DIA A DIA: Qual o retrato da cidade de Mimoso em relação a contaminação?
Thiago Costa: Do evento da chuva até hoje, estamos com 60 notificações de suspeita de leptospirose, porém nenhum confirmado até o momento. Os pacientes atendidos apresentam sintomas de febre, diarreia, dores no corpo, dor na panturrilha e nos casos mais graves: icterícia, hemorragia e danos na função renal.
DIA A DIA: Depois de 18 dias da ocorrência da chuva, ainda há riscos para a população?
Thiago Costa: Sim. Doenças como a leptospirose tem um período de incubação de até 40 dias após o contato. Por isso ações de vigilância são fundamentais para o acompanhamento e registro desses casos. Outro agravante no pós enchente é a poeira que podem ocasionar em doenças respiratórias como crises asmáticas, bronquites e até mesmo pneumonias.
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Atendimento médico e de equipe multiprofissionais em Mimoso do Sul
Terça-feira, 09/04, das 7h às 16h
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