Notícias de supostos golpes envolvendo o auxílio emergencial do governo federal, pago a trabalhadores em situação de vulnerabilidade durante a pandemia de coronavírus, vêm pipocando em todo o país. No Espírito Santo não é diferente. Em Mimoso do Sul, no Sul do Estado, pelo menos duas denúncias de fraude foram registradas na polícia, com saques dos benefícios realizados em São Paulo.
Uma lavradora de 42 anos procurou nesta sexta-feira (11) a Delegacia de Polícia de Mimoso do Sul alegando ter sido lesada. Ela afirma que uma mulher que ela não conhece sacou no dia 12 de julho passado, sem a sua autorização, a terceira parcela de seu benefício, no valor de R$ 1.200, em São Paulo.
A denunciante é moradora do Alto das Flores, zona rural do município, e disse que ficou surpresa e indignada ao descobrir que alguém havia retirado seu dinheiro da conta.
“Eu vim no mês passado, no dia 28, receber meu terceiro salário emergencial, aí na agência me disseram que minha terceira parcela tinha sido paga. Uma mulher chamada Michele sacou meu benefício em São Paulo. Estou indignada com isso. Eu não autorizei ninguém a tirar o meu dinheiro. No banco, eu fui orientada a preencher um formulário solicitando o ressarcimento e a voltar em 15 dias para saber se meu auxílio seria liberado, mas ele foi negado. Nesta sexta (11), fui ao banco e fiz um novo pedido. E até agora estou sem receber essa parcela”, contou a lavradora, que registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Mimoso do Sul.
Outra denúncia
Outra moradora de Mimoso do Sul de 50 anos também alega ter sido vítima de suposta fraude no auxílio emergencial. Ela vive no distrito de São José das Torres e denunciou o caso na delegacia na última quinta-feira (10).
No boletim de ocorrência, a denunciante alega que a segunda parcela do auxílio, no valor de R$ 1 mil, foi sacada em São Paulo sem o seu conhecimento. Ela também preencheu o termo de contestação no banco e anexou o documento no BO que ela registrou na delegacia.
“Sacaram meu benefício em São Paulo. Fui na Caixa, preenchi o papel de contestação, e estou sem o dinheiro até hoje”, disse.
O delegado Rômulo Carvalho Neto explicou que quando a fraude ocorre em outra cidade, a notícia-crime é encaminhada para a delegacia onde o golpe ocorreu, nos dois casos, em São Paulo. Logo, a investigação deve ser realizada pela Polícia Civil paulista.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Caixa e aguarda um posicionamento do banco.