Três fazendas de cultivo de eucalipto da empresa Suzano S/A, nos municípios de Teixeira de Freitas, Caravelas e Mucuri, no Sul da Bahia -esta última está a 50km do Espírito Santo – foram invadidas por cerca de 1,7 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A Suzano é a maior produtora global de celulose de eucalipto e uma das 10 maiores de celulose do mercado. No Espírito Santo, após fusão com a Fíbria (ex Aracruz Celulose), é responsável por milhares de hectares de florestas de eucalipto. Em 2021, criou uma fábrica de papéis sanitários em Cachoeiro.
Além das três áreas da Suzano, os integrantes do MST invadiram uma quarta área, a Fazenda Limoeiro, de outro proprietário, no município de Jacobina.
A empresa e o proprietário entraram com ações de reintegração de posse.
A entrada dos invasores começou na segunda-feira (27) e prosseguiu até a tarde desta terça (28) segundo a Polícia Militar da Bahia.
Os sem-terra, na maioria mulheres, chegaram em vários comboios que saíram de assentamentos da região e de outros locais do Estado.
A Suzano informou que suas propriedades foram danificadas durante as invasões.
Essas foram as primeiras ocupações em massa do MST desde o início do governo Lula. As invasões mobilizaram sobretudo mulheres em alusão ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Fazendas produtivas
As invasões contrariam o discurso do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a campanha eleitoral, ele disse que o MST não ocupava propriedades produtivas, como são as áreas da Suzano.
Em sua página oficial, o MST avisa que as ações vão continuar, sob o lema “O agronegócio lucra com a fome e a violência. Por terra e democracia, mulheres em resistência”, e afirma que pretende negociar com os governos federal e estaduais a retomada da reforma agrária, além de um projeto para a agricultura familiar camponesa.