Vinte mulheres que participaram de uma oficina de música em Alfredo Chaves, região serrana do estado, resolveram acabar com o estresse provocado pela pandemia através da arte.
Desde março elas têm aulas de percussão e hoje até montaram um bloco de afroreggae, o Baobá, que se apresenta em festas.
A servidora pública Lauriete Nascimento, de 43 anos, é uma das integrantes do bloco que leva o nome da famosa árvore africana.
Ela conta que nunca havia tido aulas de percussão e que hoje a sua autoestima melhorou porque a atividade é uma válvula de escape depois de um dia cheio de obstáculos.
“Identifico como liberdade, esquecer naquele momento de tudo ao redor. O mundo pós-isolamento tem sido ansioso para todos nós e a música tem esse poder, né? De nos oferecer uma válvula de escape”.
Colegas de bloco de Lauriete, Joana da Penha e Ana Lucas, de 45 anos, Kelly Furlan, 43, Marizete Teixera, 41 e Valquiria Paganini, de 46, contaram que se sentem bem melhores depois que começaram a participar das oficinas.
“É, literalmente, uma terapia. É uma forma de socialização também e tira o estresse. E o afroreggae deixa todo mundo alegre, contente. Estamos bem mais felizes, menos estressadas, menos ansiosas após a formação do bloco”.
O professor de música do Bloco Baobá, Kleber Farias, de 44 anos, disse que as aulas, que acontecem todas as terças e quintas-feiras a partir das 19h, são gratuitas.
Elas acontecem nas ruas do bairro Macrina, reduto da cultura afro-brasileira em Alfredo Chaves. Ainda de acordo com Kleber, as oficinas fazem parte de um projeto aprovado e patrocinado por um edital de igualdade racial fomentado pelo Carrefour. Além das aulas de percussão, o prêmio de R$ 20 mil contemplou ainda rodas de capoeira.
“Um bloco de percussão só de mulheres eleva a autoestima e nos ajuda a combater o racismo e o preconceito crescente que somos vitimadas todos os dias. Temos também uma oficina de capoeira, aos sábados a partir das 17h”.
Quem defende a ideia de que aprender a tocar instrumentos musicais pode ajudar no combate da ansiedade e estresse é a psicóloga Josiane Rangel, 44.
“Diferentes formas de arte demonstram grande potencial, até mesmo como técnicas terapêuticas, sendo extremamente importante escolher algo que você realmente goste e que te relaxe”.