O divisor de águas deste século foi, sem dúvida alguma, a Pandemia do Corona Vírus. Pode-se analisar a vida sob dois aspectos: antes e depois da Pandemia. Realidade triste é se recordar dos momentos cruciais vividos nestes três anos. Quantos setores da nossa sociedade tiveram que alterar o curso natural do cotidiano devido a essa doença que ceifou várias vidas e deixou algumas mutilações físicas, espirituais e mentais.
Pensando mais detalhadamente nessas mutilações e considerando-se a importante comemoração cristã que se aproxima: o Natal. É preciso que reveja valores a serem lembrados e pensar na prática otimista e motivacional que a data comemorativa evoca. Em “Mundo Mensagens”, abarquei este pensamento muito significativo, embora o conteúdo dele pareça simples, mas encerra sábia mensagem: “Nunca deixe de acreditar, seja Otimista! Pois de um dia para o outro a vida se transforma.”
A palavra chave é acreditar, para acreditar a pessoa tem de estar munida de fé, e esta é algo volitivo, isto é, depende da vontade. A pessoa escolhe ou não ter fé. Atualmente, se for levado em consideração tudo que está ao derredor de cada ser humano, tem-se motivos demais para prevalecer a descrença. Alguns chegam a extremos se tornando céticos. É claro que certos dogmas também estão enraizados naqueles que já obtiveram, na mais tenra idade, uma formação religiosa sólida. Contudo, isso não serve como um único quesito para ter uma vida totalmente no equilíbrio.
O imperativo está presente: “Acreditar! Seja otimista! Por mais que densas e escuras nuvens pairem nos ares. Tem-se, ainda, a possibilidade de eliminar o grande inimigo, que, às vezes infiltra a mente humana e acaba contribuindo para diversas mutilações. E estas, infelizmente, têm provocado o caos na humanidade.
Em “Canto de Natal”, famoso poema de Manuel Bandeira. O poeta brinda a todos com significativa mensagem cristã, que é capaz de fazer valer a parte final do pensamento: “Pois de um dia para o outro a vida se transforma.” Ele relata o seguinte:
“O nosso menino
Nasceu em Belém
Nasceu tão-somente
Para querer bem.
Nasceu sobre as palhas
O nosso menino
Mas a mãe sabia
Que ele era divino
Vem para sofrer
A morte na cruz
O nosso menino
Seu nome é Jesus
Por nós ele aceita
O humano destino
Louvemos a glória
De Jesus menino
Bandeira, mesmo que estivesse vivendo num contexto de doença, pois contraíra a tuberculose, o grande mal de sua época, conseguiu, inúmeras vezes, driblar a doença, a tristeza, a solidão e a descrença que o abatiam. Com propriedade, registrava no papel suas ideias que, num futuro bem distante, têm servido para alimentar espiritualmente algumas pessoas e levarem-nas a mudanças de pensamento, principalmente, hoje, quando se pode constatar seres mutilados, alguns, em consequência da terrível Pandemia. É possível reverter esses quadros?
Perfeito, o Natal está a caminho. Poetas, escritores, compositores e cantores já têm cantado que “Então, é Natal”. “É Natal todo dia”. Compete a humanidade refletir e com fé entender que a vida pode ser melhor se forem colocadas no coração humano a humildade, a aceitação do outro, a exclusão de preconceitos e sobretudo o Amor. Sentimento, às vezes, descartado, mas que é o grande atributo de Deus e extensivo a todos. Fala-se muito nessa magia do Natal. E esta pode acontecer! Como?
É importante conceituar a palavra magia. Os dicionários a definem como “arte, ciência ou prática baseada na crença de ser possível influenciar o curso dos acontecimentos e produzir efeitos não naturais, valendo-se da intervenção de seres fantásticos e da manipulação de algum princípio oculto, supostamente presente na natureza, seja por meio de fórmulas rituais ou de ações simbólicas.” (Oxford Languages)
Mediante ao tão profundo conceito da palavra magia, é possível relacioná-la ao importante evento do dia 25 de dezembro. Uma vez que a mudança , a grande transformação feita pela magia se encontra na alma, no sentido espiritual. Pois se pode esperar que com a magia, a data a ser comemorada sensibilize as pessoas e as levem a serem diferentes não somente nesta época, como também em outros dias do ano.
Desta forma, as mutilações darão lugar ao otimismo, a dias melhores, a bons relacionamentos humanos e a valorização do outro. Os cortes provocados pelas mutilações já não causarão mais as dores e se pode viver em harmonia e cantar “Então, é Natal todo dia.”