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Tendas foram erguidas no local da invasão. Foto: Beto Barbosa

“Não queremos desrespeito à propriedade”, diz prefeito de Mimoso sobre invasão de terras

Andréia Pegoretti

“Não queremos entrar em confronto. Estamos aguardando a diligência da Justiça. Só não podemos deixar que o direito de propriedade não seja respeitado. Porque daqui a pouco vão tentar invadir a prefeitura e viver aqui”, disse nesta segunda-feira (19) o prefeito de Mimoso do Sul, Ângelo Guarçoni Junior, em resposta à ação de um grupo que ocupa desde o último dia 11 uma área de preservação permanente (APP) no município.

O prefeito Ângelo Guarçoni Junior diz que aguarda os próximos passados da Justiça

O grupo, de 160 famílias, segundo estimativas de sua liderança, alega que a área foi doada em 2000 pelo então prefeito da cidade, Ronan Rangel.

Já a prefeitura argumenta que José Carlos Resende, sucessor de Rangel, revogou a doação em 2001, tornando a área novamente de propriedade do município. “Tudo isso está dentro dos autos e faz parte dos documentos que juntamos ao processo sobre a propriedade do município em relação ao imóvel”, afirmou Guarçoni.

Ele informou que prefeitura já tem um liminar, obtida no último dia 14, que garante a reintegração e manutenção de posse. O gestor agora aguarda a Justiça definir como serão feitas as diligências.

“O oficial de Justiça esteve no acampamento no dia 16 e identificou os líderes. Estamos aguardando as providências da Justiça, demonstrando ao juiz as dificuldades. Acredito que será pedido reforço policial. Eles (o grupo ocupante) falaram que não saem, que a terra é deles”, completou Guarçoni.

Fórum de Mimoso do Sul. Foto: Beto Barbosa

“Já entramos para ficar”, afirma líder

Na última sexta-feira (16), o líder do grupo garantiu, em entrevista ao portal Dia a Dia ES, que as famílias lá acampadas não sairão do terreno.

“A terra é nossa. Já entramos para ficar. Muitas famílias já estão com fogão e botijão e cozinhando na área”, disse Rosalvo Ferreira dos Santos, de 52 anos, um ex-motorista que afirma ter mais de 22 anos de atuação do Movimento Sem Terra (MST), mas que garante que essa ocupação não tem ligação com este grupo.

Rosalvo reforçou as terras foram doadas em 2000. “Ele (o então prefeito) deu o documento para 95 famílias. Só que o pessoal não tinha visão. Não ocupou. Como sou uma pessoa que tem visão, que vê que aquilo ali é para fazer assentamento, entrei com a ideia com o pessoal.”

Leia mais: “A terra é nossa e já entramos para ficar”, diz líder de ocupação em Mimoso do Sul

O líder da ocupação falou também que pretende derrubar a liminar que reintegra a área à prefeitura. “Já entramos na Justiça.”

Os ocupantes, instalados em tendas, estão em uma das áreas de um terreno total de oito alqueires e meio onde estão construídos um galpão para reciclagem de materiais e o parque de exposição.

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