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O Tigre Branco

Não é um filme que transforma o povo, os costumes, as desgraças e a sociedade indiana como um todo em algo palatável e colorido.
Foto: Divulgação

O que nós, ocidentais, queremos ver quando olhamos para a Índia?

Novamente, como acontece de tempos em tempos, estamos vivendo um renascimento da espiritualidade que já foi new age, moderna, pós moderna e, agora, com certeza, já foi rebatizada com algum novo termo etéreo e amplamente comercial.

O que todos esses períodos tem em comum: trazem no rastro de seus produtos e novos gurus o interesse do ocidente pela Índia – porém, por uma Índia mágica, espiritual, quase que saída das páginas de um livro infantil ou de um livro de colorir para adultos.

A adaptação para o cinema do livro de mesmo nome – O Tigre Branco – Netflix, 2021 – não é um filme que transforma o povo, o país, os costumes, as desgraças e a sociedade indiana como um todo em algo palatável e colorido para o entretenimento do espectador ocidental.

Não mostra aquele tanto adequado de pobreza com o objetivo de nos causar uma compaixão superficial enquanto durar o filme. Não veste sua gente e não maquia sua história procurando reforçar os estereótipos que cegam boa parte do mundo e que nos impedem de ver a real brutalidade e possível beleza de sua sociedade desforme, complexa e milenar.

O Tigre Branco exalta e nos oferece o pior e o melhor desse país e de sua gente; mesmo que muitas vezes, durante o filme, seja difícil identificar a diferença entre as duas coisas.

Porque buscamos o Oriente enquanto inspiração transcendental quando é a própria espiritualidade hindu que oprime seu povo de dentro pra fora, fazendo milhares de gerações de seres humanos abaixarem suas cabeças e aceitarem serem esmagadas pelas castas superiores por acreditarem que a dor e a humilhação são seu único destino e único dever? Porque enxergamos uma Índia sem rosto, imaginária e não suas ruas pobres, sujas, corruptas e, guardadas as devidas diferenças, tão parecidas com as nossas?

A Índia é um tigre à espreita: preparando seu ataque certeiro – na jugular do capitalismo, mastigando a mão invisível do mercado, enquanto ludibria e engana com divindades e tradições tanto a parcela mais esfarrapada e religiosa da sua população paupérrima, quanto a nós, os ocidentais ingênuos, que enxergamos templos e sabedoria aonde existe manutenção de riqueza, nenhuma mobilidade de classe social, um enorme exército de mão de obra barata e uma religiosidade à serviço da manutenção milenar do status quo.

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