O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Leo de Castro, afirmou que a Cachoeiro Stone Fair projeta o Estado para o Brasil e para o mundo.
“É um evento de alta relevância para este segmento que tem a cara do capixaba. O setor de rochas é um pouco da identidade do nosso Estado e que nos orgulha muito de ter essa indústria forte, desenvolvida”, afirma Leo de Castro, que esteve na feira do mármore e granito, que acontece até sexta-feira (30), em Cachoeiro de Itapemirim.
Nesta entrevista, o presidente da Findes fez um balanço da indústria no Estado, falou da expectativa pela aprovação das reformas da Previdência e tributária, e disse que acompanha com expectativa o desenrolar da disputa comercial entre Estados Unidos e China.
Confira a entrevista
Qual a importância da Cachoeiro Stone Fair para as indústrias? De que forma vem colaborando com o crescimento do setor?
Leo de Castro – Essa feira é responsável por projetar o setor no Brasil e no mundo. São 30 anos e foi daqui que nasceu toda essa pujança que é o setor atualmente. É um momento de mostrar as novidades, os lançamentos, interagir com os clientes e fornecedores que sempre trazem tecnologias novas para o setor.
Qual avaliação você faz do atual cenário da indústria no Estado?
A indústria capixaba tem se diversificado cada vez mais, estão chegando novas empresas, novos setores estão ganhando protagonismo e relevância no conjunto.
Não está sendo um ano fácil para a indústria. A gente esperava um 2019 mais dinâmico, mas as reformas atrasaram. A gente precisa ter essa noção de que o Brasil precisa enfrentar de forma rápida o desafio das reformas, que é isso que vai destravar o país. Nós estamos vindo desde 2014 com o país andando para trás ou de lado. A indústria naturalmente sofre um pouco com isso. Mas os resultados das empresas já estão muito melhores. Elas fizeram seu dever de casa, enxugaram estrutura, buscaram tecnologia, buscaram inovação.
O que queremos é crescer mais. Mas para crescer precisamos de mercado, precisamos voltar a ter geração de emprego mais forte no país, e as empresas capixabas dependem do ambiente do Brasil.
A nossa agenda é de reformar o Brasil. Esperamos que tanto a reforma da Previdência quanto a tributária sejam aprovadas ainda este ano, e que a gente avance nessa agenda de privatizações. na agenda de concessões, de infraestrutura, de acordos comerciais tão importantes para este setor de rochas, para que a gente tenha ciclos de desenvolvimento mais longos.
Desde 2014 que o Brasil praticamente está estagnado. As empresas que chegaram até aqui, a gente tem que bater palmas para elas, são sobreviventes.
São 13 milhões de pessoas buscando emprego. Essas que estão buscando.Tem mais 10 milhões que já desistiram. O total no Brasil são quase 25 milhões de pessoas desempregadas ou sem ocupação, ou que desistiram de buscar uma posição. Isso é muito ruim. Diminui consumo, renda, faz a população depender mais do Estado. A gente precisa ser corajoso e resolver as reformas com urgência.
Quantas indústrias existem no Espírito Santo?
São 18 mil indústrias no Espírito Santo, que geram cerca de 250 mil empregos diretos. O Espírito Santo é um dos estados em que a indústria representa a maior parcela do PIB e isso é importante porque onde tem indústria, o desenvolvimento enraiza. Indústria é um investimento de longo prazo e gera uma demanda derivada muito grande, muitos serviços em torno da indústria. Ter indústria forte é ter oportunidade para toda a sociedade.
A Findes tem acompanhado essa disputa comercial entre China e Estados Unidos?
Sim, tem acompanhado com preocupação. Isso tem criado uma instabilidade global, não achamos isso bom. Esse diálogo tem que ser intensificado e chegar a um lugar de equilíbrio. São duas grandes potências, e naturalmente o Brasil sofre com isso. A gente espera que esse momento de tensão seja superado o quanto antes.