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Quem pagou o pato?

luiz-damasceno-03-12-2023d
Luiz Antonio Damasceno

Antoine de Saint Exupéry, escritor francês, autor do famoso livro “O Pequeno Príncipe”, o qual acabou sendo banalizado pelas candidatas a Miss Universo, quando entrevistadas e diziam ser este o livro de cabeceira delas, mas nada sabiam sobre o mesmo, assim que eram questionadas. Mas o meu destaque fica por conta de uma das frases atribuída a Saint Exupéry: “A linguagem é uma fonte de mal entendido.”

Pensando bem a linguagem nas suas mais variadas formas, às vezes, não é compreendida, a comunicação falha. A comunicação só acontece, de fato, quando o receptor entende a mensagem que o emissor lhe passou. Aí, ambos passam a ser cúmplices de uma mensagem, a ter algo em comum. Se não houve o entendimento, a compreensão, então, a comunicação não aconteceu.

Na década de 80, havia um grande comunicador de massas. Do povo mesmo, gostava muito de ver a autenticidade e naturalidade dele, porque ele falava a linguagem do povo. Estou me referindo ao senhor Abelardo Barbosa, que popularmente era conhecido como Chacrinha, o Velho Guerreiro. Eu o admirava pelo fato de ele não usar máscaras e por ser bem real e também por saber se comunicar. Virou lema uma de suas frases “Quem não comunica se trumbica.” Até as gerações de agora já devem ter ouvido essa frase.

Tenho observado que algumas pessoas repetem tanto algumas frases e palavras sem mesmo saber o significado delas. Fazem isso de modo automático, mecânico. Tomando como exemplo o verbo “trumbicar”, que não é tão comum no nosso cotidiano. A propósito do seu sentido significa, popularmente, dar-se mal ou entrar pelo cano. Ser mal sucedido no que se pretendia fazer; malograr, fracassar. E, infelizmente, algumas pessoas se trumbicam por não entender o que o outro lhe diz, às vezes, por vergonha ou faltando humildade; acabando assim numa situação ruim, fracassando.

Ainda se considerando a linguagem que, a meu ver, é a matéria-prima da Comunicação. Pois, a todo momento, estamos lançando mão dela a fim de transmitir nossas ideias, pensamentos para que dessa forma possamos ser compreendidos e vivermos de modo correto, coerente, sensato e harmônico. Contudo nem sempre isso acontece, já que a linguagem passa por processos nos contextos em que ela é utilizada literal e figuradamente.

Agora me refiro às expressões idiomáticas que se apresentam impregnadas de gírias e figuras que configuram outros conceitos e acepções.

Os dicionários conceituam-se como expressões idiomáticas aquelas que, perante os estudos linguísticos são destituídas de tradução. Pode considerar-se que fazem parte daquilo que chamamos variações da língua, uma vez que retratam traços culturais de uma determinada região. As expressões idiomáticas são, realmente, os grandes e importantes recursos da fala e da escrita que ganham novos sentidos conotativos e ultrapassam seus significados literais quando aplicados em contextos específicos. Como, por exemplo, “pagar o pato”, com sentido de ser o culpado, arcar com as consequências de algum ato deliberado.

Certa ocasião, estava eu participando de um desses cursos de aperfeiçoamento na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), ministrado pelo renomado professor Francisco Aurélio Ribeiro da Área de Linguagens, Língua e Literatura, quando ele nos relatou uma experiência sua vivenciada em uma das muitas viagens que realizou. Contou-nos o professor que ele estava no Marrocos numa determinada noite se divertindo com outros estrangeiros. Havia franceses, ingleses, americanos e outros. Quando em certo momento, começou tocar a música “Palco”, de Gilberto Gil. Um americano interpelou o professor, querendo que ele explicasse o sentido da parte da música que dizia: “Quando subo nesse palco/ minha alma cheira talco/que nem bumbum de bebê.” O Francisco explicou utilizando seus recursos e criatividade, dizendo do bem-estar, da tranquilidade, da satisfação e alegria do artista por estar se sentindo confortável em fazer aquilo que gosta. Perceberam como as palavras e expressões nos levam a criar imagens delas em variados contextos?

Por um outro lado ainda levando-se em conta a Comunicação. Temos de entender e respeitar também as pessoas que apresentam determinadas deficiências e transtornos, como é o caso dos Autistas, que já foi provado pelos cientistas, que eles são capazes apenas de compreender o literal, o figurado deve ser totalmente descartado quando se pretende comunicar com eles. Por isso é preciso muito tato e cuidado para que não se agrave o relacionamento e complique a comunicação com eles, porque pode levá-los a crises e frustrações.

A riqueza da utilização da linguagem adequada nos permite descortinar novos horizontes, ganhar conhecimentos, ampliar nosso repertório cultural, experiências e nos levar a outros universos até então desconhecidos e, se houver clareza na transmissão do código, com certeza, haverá comunicação e não deturpação.

Como aconteceu numa família. Era um daqueles almoço de domingo para se comemorar o aniversário da matriarca da família, que completava 87 anos já bem vividos. A filha pediu ao marido que comprasse um pato que gostaria de fazê-lo assado. A ave foi comprada, tudo correndo bem, certinho. O pato recebeu os melhores temperos, imagina-se que deveria ficar saborosíssimo. E, logo cedo iria para o forno. Criou-se um impasse, quem tomaria conta do forno, houve uma disputa, o genro venceu. A filha, então, cuidaria dos outros detalhes: bolo, sobremesa, bebidas… O marido se posicionou, fez a graduação do forno e lá se foi a ave para pegar uma cor e um bronzeado. Tudo ficaria por conta do genro, como havia outros convidados, na varanda, bem distante da cozinha, começaram a conversar, beber, contar piadas, inclusive, algumas sobre patos, distração total. A pobre ave solitária enfrentando tamanho calor ficou esquecida lá. Em dado momento. O genro, apavorado, gritou: o pato! Correu, tropeçou, quase caiu. Quando abriu o forno: decepção total o pato estava queimado! Tristeza de todos. Pobre do genro pagou o pato duas vezes. Mas o almoço aconteceu com outros alimentos, com algumas discussões normais, frustrações , mesmo assim chegaram a um consenso felizes, saboreando um franguinho assado.

A escritora Lygia Fagundes Telles disse, com muita propriedade, esta frase que pode retratar , mais uma vez, o papel e a importância da linguagem “Eu prefiro ultimamente lutar mais com as palavras do que lutar com as pessoas. As pessoas estão mais difíceis.”

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