Branquinha, aguardente, pinga ou simplesmente cachaça. Tipicamente brasileira, a bebida já faz parte do cardápio nos diversos eventos do país. Tema de músicas, principalmente, sertanejas, a aguardente tem papel importante para a economia capixaba. São cerca de 3 mil pessoas empregadas pelo setor, em aproximadamente 170 plantas de alambique.
Vinte e uma delas estão presentes no 1° Salão da Cachaça, que está sendo realizado no Centro de Convenções de Vitória. O evento nacional reúne o Salão de Negócios e o Congresso Brasileiro da Cachaça. O objetivo é debater as mudanças no setor, uma vez que o setor tem desenvolvido muito, principalmente em renovação de parques fabris, e além de estar recebendo novos investimentos em infraestrutura e em pesquisas acadêmicas, também tem atraído um novo público consumidor.
“O salão é um evento comercial, mas também é voltado para se discutir os problemas, as necessidade e principalmente as perspectivas do setor, uma vez que a cachaça tem ganhado reconhecimento em setores que não tomavam cachaça, e isso tem colaborado no crescimento da melhoria da qualidade dela no Brasil todo”, explica um dos idealizadores do evento e também produtor de cachaça, Adão Céllia.
Tradição
Entre as expositoras está a cachaçaria Floresta. Da região de Burarama, em Cachoeiro de Itapemirim, a produção existe há quase um século e mistura tradição e modernidade. Com a produção de qualidade, Gilvandro Gava, que é o produtor deste alambique ressalta a importância de um evento como este para colocar a cachaça capixaba no mercado nacional.
“Havia uma necessidade de alavancar as melhores cachaças do Espírito Santo, nos colocando em mesmo nível dos demais estados. Temos excelentes cachaças de Norte a Sul do Estado. Os alambiques tradicionais do Estado fabricam excelente cachaça e estávamos desmotivados por tanta invasão de produtos de outros estados, nos tirando grande parte das vendas com cachaça de qualidade fabricadas em alambiques de cobre”, disse Gava.
A cachaça de qualidade, além de ser feita no alambique de cobre, deve seguir alguns processos fabris.
“Quando a pessoa produz a própria matéria-prima que é a cana, colhida a mão, sem agrotóxico, sem queimada, que tem estrutura de produção de fermentação com fermentos selecionados, o produtor ganha muito na sofisticação do produto em aroma, limpeza do produto, no sentido de não ter contaminantes, tipo metanol, que fazem extremamente mal a organismo. Você só fica com a parte nobre do produto que é o coração da bebida. Quando não é feito como esse cuidado com esse esmero, com as boas práticas industriais você não tem esse produto de qualidade”, completou.
Experiências
O Espírito Santo é o terceiro maior produtor da bebida no Brasil, perdendo apenas para Minas Gerais e São Paulo, que ocupam respectivamente, primeiro e segundo lugar. Segundo Gilvandro, o momento proporcionado pelo Salão é de convergir experiências e se interagir com o público consumidor.
“O mais importante é o consumidor, que não conhece os infinitos sabores que cada alambique pode produzir, estar vivenciando esse momento com os produtores capixabas”, afirma.
O evento reúne 70 alambiques de diversas partes do país e mais de 300 rótulos de cachaça. A expectativa é de uma movimentação financeira de R$ 1,5 milhão.
Serviço
1º Salão da Cachaça
Data: sexta-feira (6)
Horário: 13h às 23h30
Local: Centro de Convenções de Vitória – Vitória