O uso prolongado de telas por crianças e adolescentes tem se tornado uma das principais preocupações de especialistas em saúde mental.
Pesquisas recentes mostram que o excesso de estímulos digitais pode afetar o desenvolvimento do cérebro, interferindo na atenção, na linguagem, na regulação emocional e até no sono.
Esse tema está no centro do livro “Neurociência dos Transtornos Mentais em Crianças e Adolescentes”, que será lançado nesta quinta-feira (6), durante o XLII Congresso Brasileiro de Psiquiatria, no Rio de Janeiro.

A obra, escrita pela neurocientista Mara Lúcia Cordeiro e pelo neuropediatra Antônio Carlos de Farias, reúne descobertas científicas sobre o desenvolvimento cerebral e os transtornos mentais na infância e adolescência.
O livro é resultado de dois anos de pesquisa e prática clínica dos autores, ambos ligados ao Hospital e Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, referência em saúde infantil.
“Vivemos um momento em que há muita informação circulando, mas nem sempre com base científica. Por isso, o livro busca oferecer conhecimento confiável, traduzindo dúvidas comuns em uma linguagem clara e humana — tanto para profissionais quanto para pais e educadores”, afirma Mara Lúcia Cordeiro.
O impacto das telas no cérebro infantil
Entre os temas centrais do livro está o impacto do uso de telas no desenvolvimento neurológico.
Segundo Farias, crianças expostas a telas desde cedo apresentam maior risco de atraso na linguagem e dificuldades de interação social.
O neuropedriatra diz que o tempo de tela modifica o cérebro e pode causar agressividade, ansiedade, impulsividade e sinais claros de dependência tecnológica.
“A criança acaba negligenciando escola, amigos e família”, alerta Antônio Carlos de Farias.
A publicação também discute como fatores ambientais e hábitos cotidianos influenciam o comportamento e propõe caminhos para uma convivência equilibrada com a tecnologia.
“Não se trata de demonizar as telas, mas de compreender seus efeitos e usá-las de forma saudável e educativa”, destaca Mara Lúcia.
Pesquisa e prática clínica caminhando juntas
Com cerca de 200 páginas, o livro aborda ainda como os avanços da neurociência têm auxiliado na compreensão e no tratamento de transtornos como autismo, TDAH, ansiedade e dificuldades de aprendizagem.
A integração entre pesquisa e prática clínica é um dos pontos fortes da obra, segundo Farias.
“A observação no consultório, aliada às evidências científicas mais recentes, permite diagnósticos mais precisos e estratégias mais eficazes de tratamento e prevenção”, explica.
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