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A impressionante e incrível Aretha Duarte.Foto Rosita Belinky

Sobre Homens e Montanhas: Aretha Duarte, a 1ª negra latino-americana a subir o Evereste

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Marcio do Nascimento Santana
Aretha Duarte próxima de seu objetivo, o topo do mundo. Foto divulgação.

 

Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores. Cora Coralina

 

No dia 25 de julho é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, logo eu enquanto colunista do jornal Diia a Dia, não poderia jamais de deixar essa data especial passar em branco, e assim trago para vocês a incrível história de Aretha Duarte, um exemplo na incessante luta das mulheres negras contra o racismo e a desigualdade racial. Com vocês a incrível Aretha:

 Simplesmente Aretha Duarte

Aretha do grego significa excelência ou virtude, ou seja qualidades essenciais para as pessoas que almejam atingir seus objetivos. Uma palavra e também um nome. Um nome de uma lenda brasileira, de uma mulher negra e simples, que nasceu no seio de uma família humilde, na periferia da cidade de Campinas em São Paulo, onde com muitas dificuldades se formou em Educação Física, e adotou o montanhismo como esporte e filosofia de vida. Logo viu que teria grandes dificuldades em se destacar e se  consolidar como uma escaladora séria, tendo em vista que o alpinismo é visto como uma prática esportiva branca e elitista, porém sem se deixar intimidar foi galgando, ou melhor escalando os grandes paredões que desafiava e conquistava para se aprimorar, ganhar experiência, força, técnica e sobretudo autoconfiança. O que a fez sonhar com o teto do mundo, o monte Evereste.

 

Catando Latinhas

Essa incrível guerreira já acostumada com as adversidades do dia a dia, estabeleceu uma meta, alcançar o topo do Mundo. E para isso foi a luta e fez o que já estava habituada a fazer, catar latinhas nas ruas afim de obter o financiamento necessário para realizar sua ambiciosa empreitada. Ela, meus caros leitores, chegava a encher o próprio carro com esses materiais e como uma formiguinha incansável, levava ate um ferro velho para vende-los e catava até  500 quilos de recicláveis por dia.

Sempre obstinada  e sem deixar estremecer e com o foco no sucesso, finalmente obteve o dinheiro necessário para pagar sua expedição. Expedição esta que viria entrar na História do Montanhismo Latino-Americano e Brasileiro. E claro além de catar latinhas, papéis e outros materiais ela também tinha que encontrar tempo para treinar.

O livro de Aretha Duarte, Da sucata ao Everest. Foto divulgação.

Em uma recente entrevista a uma revista ela disse: “Na minha infância eu fazia isso. Era algo que estava ali, gratuito e disponível. Era dinheiro parado. Uma fonte digna, lícita, de buscar recursos financeiros”.

Aretha também criou uma Vaquinha Online, para ajudar nessa arrecadação e como era de se esperar obteve sucesso.

 

O Evereste

Uma vez alcançado os seus objetivos financeiros, só restava encarar o desafio do topo do mundo, a montanha número 1 da Terra, a mais bela e imponente de todas, o cobiçadíssimo Monte Evereste. E ela o fez, e no dia 23 de maio de 2021, exatamente às 10 horas e 24 minutos no horário do Nepal, ela quebrou paradigmas  se tornando a primeira mulher negra brasileira e latino-americana a chegar ao topo do monte Evereste.

Até hoje apenas 25 brasileiros atingiram o cume do Evereste e dessas 25 pessoas, apenas cinco eram mulheres e todas elas eram brancas. Aretha, transcendeu tudo isso ao realizar tal feito, vencendo preconceitos, discriminação e também o racismo, escrevendo seu nome na história do alpinismo, se consolidando na  de elite do montanhismo mundial. Um exemplo de superação, luta e sobretudo fé.

 

O futuro

Aretha, após esse feito, ganhou notoriedade e respeito, sobretudo na comunidade internacional, e hoje usa sua influencia para inspirar e mudar vidas, além de trabalhar como guia de montanha, educadora física, também se tornou escritora e palestrante  e já escalou outros gigantes do montanhismo como o Aconcágua e o Kilimanjaro.

Poderia elencar muitos outros feitos de nossa incrível Aretha, pois a lista de seus feitos é extensa, porém esse texto não é apenas uma singela homenagem a essa musa do montanhismo, mas também um  texto feito para inspirar você leitor,  sobretudo vocês mulheres, para que, assim como nossa heroína, possam desempenhar um trabalho significativo e de grande representatividade.

É um texto pra vocês mulheres que têm consciência da importância do seu posicionamento e do significado da sua voz, na nossa sociedade e que não se deixam intimidar pelo preconceito.

Parabéns a todas vocês, mulheres negras e latinos americanas, nesse dia tão especial. e que novas Arethas  surjam todos os dias.

Para frente frente e para o alto;

Montanha Brasil.

Para saber mais:

 

Marcio do Nascimento Santana, Historiador com formação em Arqueologia, Montanhista e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro de Itapemirim
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