Acho que a vida é um processo… É como subir uma montanha. Mesmo que no fim não se esteja tão forte fisicamente, a paisagem visualizada é melhor. Lya Luft 

 

A maior floresta de altitude do mundo

O Pico do Forno Grande é a maior montanha cem por cento capixaba e a segunda maior montanha do Espírito Santo, tendo em vista que o Pico da Bandeira não se encontra totalmente dentro dos limites do nosso Estado, dividindo a sua “grandeza” com o Estado de Minas Gerais.

O Pico do Forno Grande  possui notáveis 2.039 metros de altitude, e o seu topo abriga a maior floresta de altitude do mundo. Uma área de preservação impressionante, que concentra uma mata com cerca de 300 metros , que segundo o mais conceituado pesquisador capixaba Augusto Ruschi, trata-se do maior trecho de vegetação de altitude da Terra. Inclusive com espécies endêmicas.

É um pico de especial riqueza biológica, e que também abriga em seu entorno espécies de animais em extinção, como a onça-parda, a jaguatirica e o macaco mono-carvoeiro.

Augusto Ruschi denomina a vegetação situada entre 1000 e 2200 m de altitude como Floresta Altimontana ou Subalpina, bastante semelhante à floresta de encosta, com presença de plantas dos gêneros Podocarpos, Tibouchina, Ingá, Cecropia, Virola, Clusia, entre outros.

 

O nome Forno Grande

A origem do seu nome está associado à forma física de seu cume, que em muito se assemelha a um forno de assar pão, muito utilizado pelos descendentes de italianos, que foram fundamentais na colonização daquela área no início do século passado. Quando há nuvens em seu cume, e ele desaparece entre elas, os moradores falam que Deus esta assando pães no topo do Pico, e que as nuvens são  a fumaça que saem do forno.

 

 

A Escalada

A nossa montanha é uma escalada que exige muito esforço físico e técnico, sendo que a maior parte de sua conquista é feita  por escalaminhada, onde nos deparamos com trechos de escaladas leves e trechos com cordas, e  a parte final é realizada por uma escalada técnica, com quase  250 metros. É uma via moderna, toda equipada por chapeletas, substituindo os antigos degraus, que eram um convite a acidentes. A primeira enfiada e a quinta são as mais difíceis, a via toda são de lances de aderência, onde uma boa sapatilha faz toda a diferença

As paradas duplas são feitas a cada 30 metros, auxiliando na subida e na descida. Ao todo são 07 paradas duplas.

A descida como em toda escalada é o trecho mais perigoso, recomendo descer com calma, aproveitando a paisagem e sempre observando as paradas duplas, e evitando o pisoteio na vegetação e sempre observando as normas de segurança de um rapel.

O livro de cume está em uma caixa próxima a entrada da mata.

 

Os equipamentos que usamos foi uma corda de escalada de 60 metros, dez costuras, mosquetões de rosca, ATC, fitas, baudrier, cordeletes e claro sapatilha. Além de agasalho, lanterna, filtro solar, água e alimentação. E ainda levamos roupa de banho para nos refrescar, depois da escalada, nas piscinas naturais dos Poços Amarelos.

 

 

Outras Atrações

Além da escalada do pico, o parque oferece atrações mais acessíveis de visitação, são elas:

•   Trilha da Cachoeira: relevante queda d’água, a menos de 200m do início da trilha e que possui 30 metros de altura;

•   Trilha da Santinha: tem como principal atrativo uma pequena gruta com uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida, colocada pelo guarda ambiental aposentado Alair Tedesco,

•   Trilha dos Poços Amarelos: tem como destaque a presença de um conjunto de piscinas naturais de água de cor amarelada devido a presença do ferro. É um mirante natural que permite visualizar o entorno do Parque e o famoso Pico de Pedra Azul.

•   Trilha do Mirante da Pedra Azul: a cerca de 1500m de altitude, é possível avistar o Parque Nacional do Caparaó, a Pedra Azul, e a Pedra das Flores. A altitude da Pedra das Flores é de 1.909 metros.

 

O Parque Estadual

O Pico do Forno Grande fica dentro de uma reserva florestal,  criada em  31 de outubro de 1960, pelo decreto n.º 312 do governo do Estado. A Reserva Florestal passou a ser Parque Estadual em 1998, através do Decreto Estadual n.º 7.258, de 11 de setembro, e posteriormente, pelo Decreto Estadual 3385-R, de 20 de setembro de 2013. O parque está sob a administração do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA).

 

Infraestrutura

Com um área de 913 hectares, o parque fica no município de Castelo, estado do Espírito Santo, região sudeste do Brasil. A vegetação predominante da parte “baixa” do parque é de floresta ombrófila densa montana.

No Parque existe uma sede, que funciona das 07 horas da manha ate as 17 horas da tarde, e conta com  um centro de visitantes, onde você vai encontrar animais empalhados, coleção de fauna e flora, quadros e documentos do parque, conta também com banheiros e bebedouros e ainda uma armadilha técnica para capturar onças (com vida é claro). Não existe qualquer tipo de lanchonete no interior do parque.

Além disso, conta com uma alojamento, mas são reservados para pesquisadores. Não é permitido acampar na área do parque. O camping mais próximo fica na Cachoeira do Furlan ou Cachoeira do Pedregulho.

Para escalar o pico e preciso agendar com antecedência por e-mail, e sair ate às 7 horas da manhã para enfrentar a árdua escalaminhada.

Email: [email protected]

Para frente e para o alto;

Montanha Brasil.

Para saber mais: