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Sobre homens e montanhas: Pico da Neblina, a montanha das tempestades

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Marcio do Nascimento Santana
Pico da Neblina a Montanha do Vento e da Tempestade. Foto divulgação.

Montanhas não são estádios onde eu satisfaço a minha ambição, são as catedrais onde eu pratico a minha religião…Anatoli Boukreev, montanhista russo

A montanha sagrada

Não é só o Japão que possui uma Montanha Sagrada, nós também temos e seria o Pico da Neblina, que se localiza na Serra do Imeri, no Estado do Amazonas e se tornou o ponto culminante do Brasil, com 2.993,78 metros de altitude, de acordo com o IBGE. Conseguindo essa posição ao desbancar o imponente Pico da Bandeira, que por mais de um século reinava absoluto como ponto mais alto de nosso País.

Além de ser o maior colosso de nossa nação ele também e considerado por povos indígenas uma Montanha Sagrada, em especial pelos Yanomamis.

O Pico da Neblina é chamado por eles de Yaripo, ou Montanha do Vento e da Tempestade. Além de área de preservação nacional, o pico está integrado a um dos mais numerosos e conhecidos grupos indígenas da América do Sul, pois o pico encontra-se dentro da reserva Yanomami.

 

Os Yanomami,os legítimos donos do Yaripo. Foto reprodução

 

História

Pico da Neblina teria sido descoberto na década de 1950 pelo então comandante Mário Jucá, da Panair do Brasil, ao sobrevoar o pico num raro momento em que ele não estava encoberto pela neblina. Na época não existiam instrumentos de precisão como o GPS, porém o comandante teria chegado a essa conclusão baseado apenas no altímetro de sua aeronave. Mas não se tinha certeza se o Pico estava em território brasileiro ou venezuelano. Só em 1962 a fronteira foi demarcada e se confirmou que o Pico da Neblina estava no Brasil, e só em 1965 sua altitude foi medida e se descobriu então que era o ponto mais alto do país.

O Cerro Phelps

Os brasileiros desconheciam a existência do pico, mas os venezuelanos já o conheciam como Cerro Jimé, tendo sido visitado em 1954 por uma expedição liderada pelo curador do Jardim Botânico de Nova Iorque, o Dr. Basset Maguire, onde mais tarde se juntou a equipe o eminente ornitologista venezuelano (filho de americanos) Willian H. Phelps Jr. Apesar de não terem chegado ao topo do pico da Neblina, a Venezuela homenageou o sr. Phelps batizando o pico da neblina  de Cerro Phelps.

 

O Cerro Phelps de outro ângulo ou seria Yaripo? Foto: Divulgação

A primeira expedição brasileira

Em 30 de março de 1965 foi realizada a primeira ascensão e aferição oficial da altitude do pico da Neblina pela expedição da PCDL (Primeira Comissão Demarcadora de Limites) feita em parceira com a Venezuela. A missão brasileira foi comandada pelo General Ernesto Bandeira Coelho, da qual participou o topógrafo Ambrósio Miranda que, através de um teodolito e um barômetro, chegou à marca de 3.014 m de altitude.

Em 2004, o Pico da Neblina foi submetido a uma nova avaliação pelo cartógrafo Marco Aurélio de Almeida Lima, membro da expedição do Projeto Pontos Culminantes do IBGE e do Instituto Militar de Engenharia (IME). Ele  tirou as novas medidas após 36 horas de medição usando um aparelho de GPS profissional de altíssima precisão, e ficou determinado que o pico era aproximadamente 20 metros mais baixo do que se pensava, tornando o Brasil um país sem nenhum ponto em seu território acima de 3000 metros de altitude

 

Waldemar Niclevicz e os 500 anos

Em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil o primeiro alpinista brasileiro a escalar o Everest e a K2 foi convidado a realizar a escalada do Pico da Neblina para trocar a bandeira Nacional que trêmula em seu topo.

 

Waldemar Niclevicz no topo do Mundo e também do Brasil. Foto Reprodução

A escalada aconteceu  no mês que Pedro Álvares Cabral chegou na nossa abençoada Terra de Santa Cruz. E após uma semana de grandes dificuldades, no dia 09 de Abril de 2000, o gigante foi subjulgado pelo mais famoso montanhista brasileiro e assim ele conquista o ponto culminante do Brasil, cumprindo bravamente a sua missão.

 

Vegetação e civilizações perdidas

O local em que o Pico da Neblina está inserido é no bioma Amazônico e que apresenta grande biodiversidade em termos de fauna e flora.

A vegetação é formada por matas de terra firme, igapós e pela maior floresta tropical do mundo, com presença de árvores de grande porte. Porém partir dos 1800 m só há vegetação rasteira (vegetação de altitude). E existem inúmeras espécies endêmicas na região.

Em relação à fauna, presenciamos diversos animais que habitam o local: macacos, onças, antas, cobras, jacarés, morcegos, tucanos, araras, pica-paus, roedores, sapos e borboletas, entre outros.

O Pico da Neblina  oferece um riquíssimo campo multidisciplinar para a pesquisa cientifica, além da biologia. Arqueólogos acreditam que o Pico abrigava civilizações perdidas que poderiam deixar vestígios, inclusive ruínas que precisam ser encontradas.

Em relação ao clima, as chuvas são muito comuns e existem grandes formações de nuvens e nevoeiros, prejudicando a visibilidade daqueles que escalam o pico. Daí a origem do nome Pico da Neblina. No topo da montanha, a temperatura chega a 20°C durante o dia e cai para 6°C à noite.

 

O Parque

O  Parque Nacional do Pico da Neblina  foi criado em 5 de junho de 1979 na cidade de Santa Isabel do Rio Negro e abrange toda área do Pico 31 de Março, o segundo mais alto do Brasil com 2.975 metros de altitude aproximadamente.

O acesso ao Pico da Neblina é restrito e depende de autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É obrigatório contratar um guia credenciado. Todas as expedições começam na cidade de São Gabriel da Cachoeira, início da caminhada, próximo à aldeia ianomâmi e missão católica de Maturacá.

Depois de quatro dias de caminhada, andando uma média de 4 a 5 horas por dia, chega-se ao ponto mais alto do relevo brasileiro.

No lado Venezuelano chama-se “Parque Nacional Cerro de La Neblina”

Atualmente o Pico da Neblina encontra -se sob monitoramento e vigilância das Forças Armadas, em especial o Exercito Brasileiro.

 

Para frente e para o alto;

Montanha Brasil.

Para saber mais, confira o vídeo do Exército Brasileiro

 

 

Marcio do Nascimento Santana, historiador com formacao em Arqueologia, Montanhista e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro de Itapemirim
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