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Todas as cores do mundo

ESCRITORAS CACHOEIRENSES - Olivia Batista de Avelar. Hoje, sinto saudade de guardar o barbante que amarrava o embrulho do pão pra brincar de cama de gato. De ficar encantada com as cores entrelaçadas no mastro de dança da fita.

Hoje, sinto saudade de guardar o barbante que amarrava o embrulho do pão pra brincar de cama de gato.

De ficar encantada com as cores entrelaçadas no mastro de dança da fita.

Dos laços de cabelo que eu trocava com uma amiga, porque o dela era roxo e o meu era verde água, mas o meu tinha um bombom de enfeite.

De dançar com pompons, os fios que se soltavam e ficavam espalhados pelo chão – um chão de carnaval, eu pensava – porque quando eu era pequena, tudo que eu via dos dias de carnaval era o chão colorido com tiras de papel e sujeira.

Fios brancos no chão de madeira.

De usar os pompons feito peruca e fingir que minha vizinha era a cabeleireira.

Da coleção de rolos de linha na casa da costureira da minha rua, tão doce e tão gentil – ela que deixava as meninas brincarem com os carretéis velhos e arrumarem os novos, separados por cores – e eu que pensava que ela tinha todas as cores de linha que existiam no mundo.

De amarrar as pontas dos dedos com elástico e chorar de dor e medo do dedo ficar roxo pra sempre.

De quando nos juntávamos para medir nossos fios de cabelo, mas eu não deixava que ninguém penteasse os meus.

Cada fio em seu novelo, cada fita e cada linha, acomodados por suas cores antigas, ficam quietinhos e atentos, enquanto esperam por sua hora e sua vez – quando os carretéis retornam à ponta dos meus dedos – quando a poeira se assenta no chão e posso ler e contar e recontar.

Hieróglifos do tempo, catados feito confetes, guardados em pequenos embrulhos de papel como antigamente guardávamos cachos dos cabelos de bebês.

Buquês que explodem em carnaval miúdo, de barbante que puxa o cheiro do pão fresco, da poeira da festa, do cabelo das minhas amigas e de experimentar roupa nova.

Meu mosaico de dança da fita, enfeitado e luzidio contra o sol: não consigo ver, só imaginar.

Olivia Batista de Avelar. Escritora membro da Academia Cachoeirense de Letras

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