Chuva

O céu diz quando vai chover

E você sente quando vai chorar

Ambos não controlam a água que desce

Olhar pra cima não espanta o ardor e a força das torneiras se abrindo em função do alívio

O sopro refinado e balbuciante, entrecortado que cruza o peito, tal qual um trovão

Poderoso e cheio de energia, assim como os raios que cruzam o céu

Você sabe quando vai chover

E a chuva sabe esconder suas lágrimas

Sozinha

Nunca imaginei que ficaria sozinha

Sempre pensei que teria algum amigo, parente ou conhecido com quem contar

São coisas que o dinheiro não compra

E aqui me encontro, sozinha, músicas profundas me tocam o coração

O mesmo foi há pouco machucado com espetos e fogo

Queria tanto contar pra alguém, dividir, chorar…

Mas não há ninguém

Estou sozinha num lugar onde poucos conheço e, aparentemente, com menos ainda posso contar

Me sinto abandonada e oca

A eu do passado achava que seria tão diferente

Era só um vislumbre juvenil de alguém que nunca deixou o cercado natal

A realidade me bateu, tal qual um atleta olímpico

Eu me vejo no ringue, a lona tocando áspera minha juventude que escorre tal qual gotas na janela

Me sento no canto, desfrutando do pouco de alegria que ainda me resta

Até quando?